Átila Alberti |
Triches diz que vai pedir judicialmente para Gubert dar nomes aos bois. |
?Quem é o Bruxo??, perguntaram ontem dirigentes da Federação Paranaense de Futebol, árbitros, cartolas e -principalmente – torcedores dos clubes da Série Prata. Ninguém revelou quem é, ou se realmente existe o personagem responsável por receber o dinheiro da suposta venda de arbitragens na competição.
O presidente da Associação de Árbitros do Paraná, Henrique França Triches, reagiu com indignação às declarações do presidente do Conselho Deliberativo do Operário de Ponta Grossa, Silvio Gubert, ao canal por assinatura ESPN Brasil. ?Vamos interpelá-lo judicialmente para que dê nome aos bois. Não creio que seria idiota a ponto de fazer uma denúncia dessas sem ter provas. Falando genericamente, ele põe em dúvida a integridade de todos os árbitros?, disse Triches, que é médico na cidade de Terra Roxa, Sudoeste do Estado.
Em reportagem intitulada ?Paraná de Prata e de Lama?, veiculada no último domingo pelo programa Histórias do Esporte, Gubert disse que os clubes recebiam recomendação de pagar R$ 2 mil a um certo ?Bruxo? para obter benefícios nas arbitragens da Série Prata. Na segunda-feira, o dirigente alegou que falava de casos antigos do futebol e acusou a rede de ter editado o material de forma a comprometê-lo. A ESPN Brasil rebateu as acusações e disponibilizou o material gravado sem o conhecimento de Gubert.
Triches, que preside a associação desde a semana passada, disse ter conversado com vários árbitros. Nenhum deles ouviu falar do tal esquema ou conhecia alguém com o apelido de ?Bruxo?.
Já o presidente da FPF, Onaireves Moura, disse ter entrado em contato com todos os presidente de clubes da Série Prata. Em nota oficial, Moura afirma estar interessado em saber a identidade do tal ?Bruxo? e como funciona o esquema do pagamento de propina à arbitragem. O homem-forte da Federação disse que todos os clubes afirmaram desconhecer a existência do Bruxo.
Moura encaminhou denúncia ao Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) contra Silvio Gubert e o próprio Operário. O presidente do TJD, Bôrtolo Escorsin, disse que tanto o clube quanto o dirigente poderão ser denunciados com base nos artigos 237 e 241 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que tratam de suborno. As penas são pesadas: 2 a 4 anos de suspensão, para infração do 237, e eliminação do árbitro e dos intermediários no caso do 241. Gubert será chamado para depor até a próxima segunda-feira, e o inquérito vai levar 15 dias para ficar pronto.