O árbitro paulista Thiago Duarte Peixoto acaba de entrar em outra grande confusão. Ele é aquele que se envolveu em uma polêmica no Campeonato Paulista, quando apitava o clássico entre Corinthians e Palmeiras, no estádio Itaquerão. Na ocasião ele expulsou, de forma errada, o volante corintiano Gabriel em uma falta em que Maycon tinha cometido sobre Keno. Por toda esta trapalhada foi suspenso por 60 dias, recorreu, mas teve a sua pena mantida. Mesmo com um jogador a menos, o Corinthians venceu por 1 a 0.

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Agora Thiago Duarte Peixoto se envolveu no sábado em lances polêmicos no clássico pernambucano entre Santa Cruz e Sport, levou uma cabeçada em campo de Derley, foi criticado e, naturalmente, sofreu para escapar da fúria da torcida no estádio do Arruda, no Recife. Mesmo assim, carregou na súmula que deve prejudicar ainda mais o time tricolor, que, ironicamente, perdeu o “Clássico das Emoções” por 3 a 2, pela 33.ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série B.

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Lutando contra o rebaixamento à Série C, os rivais completavam o ano do centenário dos confrontos. Foram oito no total, com vantagem do Náutico com três vitórias, três empates e duas derrotas. Isso até lhe valeu um troféu ofertado pela Federação Pernambucana de Futebol em homenagem ao ex-lateral Gena, do clube alvirrubro.

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Foi um jogo repleto de alternativas e que estava empatado, por 2 a 2, até os 45 minutos do segundo tempo. Foi quando Thiago Duarte Peixoto marcou um pênalti para o Náutico, em um choque normal entre o goleiro Julio Cesar e o atacante William. Após minutos de reclamação, o centroavante fez uma cobrança perfeita e deixou os alvirrubros na frente: 3 a 2, aos 50 minutos.

Em seguida, o Santa Cruz foi ao ataque e o lateral-direito Joazi tropeçou em cima do atacante Augusto, do Santa Cruz, em um pênalti bem mais claro pelo menos na opinião da maioria da imprensa e de todos os tricolores.

Depois deste lance ficou praticamente impossível segurar a revolta dos jogadores do Santa Cruz. O mais exaltado era o volante Derley, que cercou o árbitro e logo recebeu o cartão vermelho. Manteve a pressão e deu uma cabeçada no árbitro, que passou a mão na região do olho direito.

Antes disso, toda comissão técnica do Santa Cruz tinha sido expulsa por reclamações. Na saída de campo, Julio Cesar, ex-goleiro do Corinthians, não teve dúvida em afirmar: “Este juiz é ruim mesmo, basta lembrar o que ele fez no clássico lá em São Paulo. Não foi pênalti de jeito nenhum, basta ver as imagens”, disse o jogador em tom de revolta. Até o veterano William, que sofreu a suposta falta, foi contido em suas declarações. “Houve um choque e parece que foi pênalti, afinal o juiz marcou”.

SÚMULA PESADA – Thiago Duarte Peixoto carregou na súmula contra Derley, que o agrediu, fez o mesmo com o técnico Marcelo Martelotte e com a torcida tricolor. Talvez a situação mais crítica seja a do experiente volante, que foi expulso de forma direta aos 52 minutos do segundo tempo.

O texto na íntegra na súmula está desta forma: “Expulso por, com a partida paralisada para a cobrança de um tiro de meta, vir em minha direção e dizer as seguintes palavras “c…, você deu o pênalti lá e não vai dar aqui, seu vagabundo filho da p…”. e continuou: “Após ser expulso, o mesmo veio em minha direção e desferiu uma cabeçada que acertou meu olho direito. Após o ocorrido o mesmo foi contido pelos jogadores de sua equipe, adversários e policiamento”, relatou.

Quem também pode se dar mal é Marcelo Martelotte, que foi expulso aos 48 minutos do segundo tempo por falar ao assistente Rogério Pablos Zanardo: “Esse árbitro veio aqui para roubar a gente de novo, já tinha roubado lá em Londrina também”.

Além do técnico, outros dois profissionais do clube tricolor foram expulsos: o auxiliar-técnico Antônio Carlos Ribeiro Júnior e o preparador de goleiros João Paulo Gomes Lacerda. O primeiro bateu palmas e disse “parabéns agora vocês conseguiram o que queriam, arbitragem safada”. Já o segundo falou “bando de ladrão, filhos da p…, vão se f…r”.

Os problemas não param por aí. Thiago Duarte Peixoto ainda relatou que “durante a proteção policial uma pedra vinda da arquibancada onde se localizava a torcida do Santa Cruz F.C. atingiu o escudo policial que nos protegia” e “após o término da partida, um torcedor do Santa Cruz F.C. chutou e arrombou a porta do vestiário de arbitragem. O mesmo foi contido prontamente pelo policiamento”.

O fato dos torcedores envolvidos nos dois casos não terem sido identificados complica a situação do Santa Cruz, que corre sérios riscos de ser punido com a perda de mandos de campo. Se o empate ainda o deixaria com mais chances e se livrar do rebaixamento, a queda agora parece quase certa. O time soma apenas 32 pontos, em 18.º lugar, uma posição na frente do rival Náutico, com 31, que está só na frente do lanterna ABC, com 28.

A diferença do Santa Cruz para o CRB, primeiro fora da zona do rebaixamento é de sete pontos. O time pernambucano teria que tirar esta diferença e torcer por tropeços dos adversários nos cinco jogos (15 pontos) que restam para terminar a competição.