Em tempos de ?bruxos? locais e nacionais, o apito mereceu bastante atenção no arbitral do Paranaense-2006. Os clubes da Série Ouro ficaram encarregados de indicar seis nomes para integrar a nova comissão de arbitragem – destes, a FPF irá selecionar dois. A Associação Profissional dos Árbitros do Paraná, os clubes da Série Prata e os amadores apontarão os outros três membros.
?Não é certeza de eliminar a corrupção, mas trata-se de um avanço. Com os clubes participando das escalas, tira-se o peso da Federação e os jogos terão maior respaldo moral?, falou o presidente do Coritiba, Giovani Gionédis.
O presidente do Roma, João Wilson Antonini – espécie de líder dos clubes do interior – foi mais otimista. ?Nunca tive problemas com arbitragem. Mas acho que uma comissão mista afasta qualquer risco de enfrentarmos a situação da Série Prata?, afirmou.
Os sorteios dos árbitros para as partidas acontecem nos hospitais Erasto Gaertner e no Pequeno Príncipe, que receberão 10% das taxas de arbitragem. Em compensação, os clubes atenderam ao pedido de Edemar Paris e Bernélio Lima, representantes dos árbitros, e aprovaram aumento médio de 30% nas taxas. Desde 2002 não havia reajuste. O montante varia de acordo com a procedência dos clubes – jogos entre clubes do interior passam a valer R$ 650, e os clássicos, R$ 1.000. Os assistentes recebem metade dos valores, e representantes da FPF, 25%.
Os representantes dos árbitros agradeceram e reforçaram o pedido para que o TJD promova uma ?limpeza?, afastando os colegas corruptos.
Caso Bruxo
O presidente do Tribunal de Justiça Desportiva, Bôrtolo Escorsim, anunciou que apresenta amanhã à tarde o relatório completo do ?caso Bruxo?, preparado pelo auditor Octacílio Sacerdote Filho. No mesmo dia, procuradoria do Tribunal revela quais árbitros e dirigentes acusados de corrupção serão levados ao banco dos réus. Os julgamentos devem começar na semana que vem.
Novo com cara de velho
Os dirigentes do futebol paranaense gostaram da fórmula do Estadual de 2005 – incluindo a enfadonha primeira fase com 14 partidas – e vão repeti-la na edição do ano que vem. A decisão foi tomada ontem, na sede da Federação Paranaense de Futebol, durante o arbitral que também adotou algumas medidas em relação à arbitragem.
O Estadual-2006, que começa em 11 de janeiro e termina no dia 9 de abril, será dividido em dois grupos. A divisão proposta pelo Roma, respeitando a classificação do último torneio, venceu a idéia do Coritiba, que pretendia separar os clubes nas regiões Norte e Sul.
Os oito times de cada grupo se enfrentam em turno e returno. Os quatro primeiros avançam à segunda fase (quartas-de-final), agora disputada em dois jogos – graças ao aumento de 19 para 20 datas de disputa. A semifinal e a final também terão dois jogos eliminatórios.
Assim como no ano passado, a renda será toda do mandante, e o último colocado de cada grupo cai para a Série Prata.
O Atlético, representado pelo diretor de marketing Mauro Holzman, sugeriu que os clássicos fossem disputados apenas com a torcida do mandante. O Coritiba concordou, mas por intervenção do presidente da Federação Paranaense de Futebol, os clubes se comprometeram a consultar instituições como Procon e Polícia Militar antes de tomar as decisões. O Paraná não se manifestou.
As finanças motivaram alguma controvérsia. A proporção dos direitos de transmissão de TV será mantida: 14% para Coritiba, 14% para Atlético, 14% para o Paraná e 4,5% para os demais. O Rio Branco não gostou e ameaçou impedir o televisionamento de seus jogos. Assim, os clubes decidiram estudar uma nova forma de divisão para 2007. Detalhe: até agora, nenhuma emissora se interessou pelo campeonato.