Aramis Tissot volta ao cargo que ocupou há vinte anos. Em 1990, coube ao dirigente a missão de comandar o recém-fundado Paraná Clube em seu primeiro biênio.
Hoje, num quadro completamente diferente (e, certamente, dificílimo), prega uma “gestão compartilhada” e tem como principal missão aglutinar as muitas facetas políticas do clube em torno de um só objetivo: resgatar a imagem do Tricolor e voltar à primeira divisão nacional.
Por quatro anos seguidos, o Paraná ocupa o segundo escalão nacional. Fora do cenário principal, o clube sente “nos cofres” o problema gerado pelo rebaixamento.
“Temos que fazer o sacrifício que não foi feito até aqui. Não há outra solução para o Paraná senão a volta à primeira divisão”, admite Tissot. O presidente, escolhido para ocupar a vaga do licenciado Aquilino Romani, pretende se dedicar quase que exclusivamente ao futebol, deixando a administração da Kennedy para Celso Bittencourt (vice financeiro) e Rubens Bohlen (vice de planejamento).
“O que vou fazer, nos próximos meses, é tentar aproximar nossa administração daquilo que estamos planejando para as próximas temporadas. Precisamos dividir funções e tarefas, descentralizando o poder”, comentou Aramis Tissot.
O presidente promete não medir esforços para recuperar o futebol do clube, abalado após a campanha fracassada no Paranaense. Para tanto, ao invés de afastar aqueles que estavam no comando, seguiu caminho inverso. “Preciso de todos juntos e remando para o mesmo lado. O primeiro passo para a gente virar essa página é dar um basta nas picuinhas”, disparou.
A partir dessa diretriz, formou um grupo para comandar o departamento de futebol. Até mesmo Paulo César Silva, que no sábado deu entrevista em tom de despedida, segue “no barco”.
Atuará novamente ao lado de Guto de Melo, que após um período ausente (havia saído por não concordar com a contratação do ala George, que nem jogou neste Paranaense), retorna ao clube.
“Além dos dois, quero mais gente trabalhando diretamente aqui na Vila Capanema. Por isso, já chamei o Celso (Bittencourt) e o Vladimir (Carvalho). Precisamos buscar soluções imediatas para contornarmos essa falta de recursos”, lembrou.
Tissot falou rapidamente com a imprensa antes de seguir para a reunião de todo o Conselho Diretor. A presença de Vladimir Carvalho, também no futebol, visa a busca por novos patrocinadores, capazes de garantir uma folha salarial compatível à necessidade da Série B.
Aramis não citou valores, mas, tirando-se por parâmetro o que houve no ano passado, quando o Paraná ficou em 7.º lugar, o Tricolor precisa dispor de aproximadamente R$ 400 mil/mês para bancar um time competitivo e que devolva ao torcedor o sonho de retorno à elite nacional.
