Depois de instaurada mais uma crise financeira no Paraná, em que o zagueiro Alessandro Lopes veio a público pedir mais apoio da diretoria e uma rápida solução para os quase três meses de salários atrasados, a diretoria do clube se reuniu por quase uma hora com os jogadores e a comissão técnica. Durante a reunião, os dirigentes se comprometeram a quitar as dívidas até o final do mês.
“Nós temos uma folha salarial relativamente baixa, nós compreendemos que eles têm o direito de receber. Mas infelizmente, esses 40 dias de Copa do Mundo nos atrapalharam bastante. Nós da diretoria conversamos bastante com os jogadores e a comissão técnica hoje e fechamos o compromisso de até o final do mês quitar parte das nossas dívidas com eles”, disse o presidente tricolor, Aquilino Romani. Aliás, a presença dele na Vila Capanema nesta terça-feira, deixou o ambiente melhor do que estava ontem.
O presidente admitiu que os atletas têm direito de reclamar, ainda mais um grupo tão vencedor como este, que está liderando a Série B. “A gente pediu pra eles não perderem a pegada, a motivação, porque isso faz a gente ter casa cheia e mais recursos. E até um patrocinador forte, que nós estamos buscando”, afirmou. Romani disse que a diretoria não vai cobrar nenhum jogador e que saiu com uma impressão muito boa da reunião de hoje: “O pessoal vai treinar, e vai pro jogo pra ganhar. É isso que importa pra gente, enquanto vamos trabalhando para saldar as dívidas”.
A dívida do Paraná é em torno de R$ 500 mil, e a diretoria espera obter recursos com a bilheteria dos jogos e com a venda de um atleta: “Nós apostamos mais na renda dos jogos, e nós temos a expectativa da negociação de um atleta, infelizmente. Não é o que queremos, mas vamos ter que vender o percentual de algum jogador para saldar todos os nossos compromissos”, afirmou o dirigente.
Sobre a reclamação de Alessandro Lopes de que a diretoria não participava do dia a dia do clube, Romani disse que vai fazer o possível para poder estar todos os dias nos treinamentos da equipe, e que não acredita que o grupo vá se desmotivar com mais este problema extra-campo. “O grupo entendeu nossa posição, e tenho convicção que eles não vão se desmotivar. Nós assumimos um compromisso e eles vão continuar com a mesma pegada do início do campeonato. Eu não venho aqui porque tenho vergonha, não gosto de salários atrasados, mas eu senti que mesmo assim eles querem que a gente esteja aqui”, completou.
Negociações
O atacante Marcelo Toscano recebeu uma proposta do Vitória de Guimarães, clube de Portugal, mas a compensação financeira não agradou a diretoria tricolor. Então, o jogador deve permanecer no clube até dezembro, a não ser que a oferta seja melhorada. Em primeira mão, a rádio Banda B recebeu a informação de que o lateral esquerdo Gílson está de malas prontas para o Palmeiras. A negociação está em andamento e o Paraná pode faturar R$ 1 milhão.