Sem surpresas. A chapa da situação “Revolução Paranista” venceu por goleada. Com maior apelo junto ao associado, em que pese os dois anos seguidos “penando” na Série B, o grupo liderado pelo empresário Aquilino Romani faturou com 84,18% dos 822 votos depositados nas urnas. O
grupo que geriu o Paraná Clube nos últimos anos ganha agora a adesão e o apoio político-financeiro de ex-presidentes e ilustres tricolores. Prometendo uma gestão que priorizará a união de forças, tenta resgatar o clube e retomar o crescimento que fez do Tricolor o grande clube do estado na década de 90. O “placar” da eleição ficou em 692 votos para Romani, 122 para Machado e 8 nulos.
“Tive meu nome legitimado por um número expressivo de votos. Agora, é arregaçar mangas e com o apoio desse grupo realizar a melhor administração que esse clube já viu”, disse Romani.
O novo presidente, que deverá tomar posse ainda no mês de dezembro (talvez no dia 19, data do 20.º aniversário do Tricolor), anunciará nos próximos dias a composição da sua diretoria, com onze vice-presidentes.
O resultado de ontem dá crédito à campanha de Aquilino Romani, Aramis Tissot e Waldomiro Gayer Neto. O trio foi formado após uma série de reuniões que definiram a composição entre situação e ex-presidentes. O movimento teve início numa reação de Aramis Tissot à candidatura de José Carlos de Miranda.
Naquele momento, a “Revolução” surgia como a chapa mais forte politicamente, por agregar nomes como o do próprio Tissot, Ernani Buchman e outros “cardeais” do clube, como Darci Piana, Dilso Rossi e Enio Ribeiro. Porém, mesmo se colocando como “candidato”, Tissot nunca escondeu que seu principal foco era o departamento de futebol.
Enquanto a oposição de José Alves Machado defendia a separação do futebol do social, a situação vê neste setor o “carro chefe” do clube e fonte maior de arrecadação, desde que bem gerido.
Aquilino Romani aposta num aporte financeiro, através do departamento de marketing, inédito no Paraná. As propostas apresentadas pela “Revolução” conseguiram sensibilizar os eleitores paranistas.
“Nossa meta é fazer o melhor pelo clube, quer no social quer no futebol”, disse Romani, que na área social promete a construção de uma nova área na sede da Kennedy, que abrigará estacionamento e quadras de grama sintética.
Pelo ambiente criado na sede, ontem, Machado e os demais componentes da chapa “Coração Paranistas” admitiam a derrota já no fim da tarde, aproximadamente três horas antes do fechamento das urnas.
Na reta final, poucos integrantes da chapa de oposição ainda circulavam no salão panorâmico, local da votação. “Criamos, aqui, uma base. A oposição irá continuar e entendemos que deve ser assim, para o bem do clube”, disse o candidato à vice, Pedro Cavalcante de Oliveira.
“Se o associado quis assim, nesse momento, temos que entender. Mas, não podemos aceitar o continuísmo, diante de tudo o que vimos nos últimos anos dentro do nosso clube”, arrematou.
Romani, abraçado às filhas Luciana e Fernanda comemorou a vitória. Foi saudado pelos demais integrantes da chapa a prometeu um trabalho intenso a partir de hoje para devolver o clube à primeira divisão nacional.
“Não vamos nunca deixar de lado o social. Mas, o futebol terá atenção especial”, frisou o novo presidente. O dia democrático e festivo foi encerrado com uma bateria de fogos e a comemoração da “Revolução Paranista”, que agora tem o desafio de fazer com que seu slogan “o Tricolor do tamanho dos nossos sonhos” seja não uma frase solta, mas uma realidade a partir do ano ,que vem.