No sábado passado, o Paraná Clube viveu o mais vexatório momento de sua história: um inédito rebaixamento para a Divisão de Acesso do Campeonato Paranaense.
Quatro dias depois, o clube pode vivenciar novo fato ímpar: a renúncia de um presidente. O assunto ainda é tratado no campo da especulação, mas há indícios de que Aquilino Romani anunciará sua saída ainda hoje.
Resultado da pressão psicológica e das ameaças sofridas desde o fatídico jogo contra o Arapongas, que determinou o descenso do Tricolor. O silêncio dos dirigentes dá margem à boataria.
Após uma extensa reunião na segunda-feira à noite, esperava-se um pronunciamento oficial para ontem. Porém, há pontos sendo alinhavados pelos integrantes do conselho diretor e após novas sessões “fechadas” estabeleceu-se que hoje haverá uma definição sobre os ajustes processados nos cargos mais importantes do clube.
No caso da renúncia se confirmar, a presidência teria que ser ocupada por um dos vice-presidentes, Aramis Tissot ou Waldomiro Gayer Neto. O próprio Aquilino Romani, em um rápido contato telefônico, deu a entender que estava desgastado com a situação e sofrendo pressão de sua família para abandonar o cargo, apesar de dirigentes estarem tentando demovê-lo desta ideia.
Na segunda-feira, teria recebido ameaças de torcedores, inclusive com a utilização de rojões na sede da Kennedy e em frente à sua empresa, em Araucária. Surgiram, num primeiro momento, informações contraditórias, dando conta de que além de Romani os dois vices-presidentes também poderiam seguir o mesmo caminho.
Porém, isso acarretaria numa “sinuca de bico” para o Tricolor, com a necessidade da convocação de novas eleições num momento impróprio, quando o clube precisa se reestruturar para a disputa do Brasileiro.
“Haverá mudanças fortes”, resumiu o vice financeiro do clube, Celso Bittencourt, evitando dar qualquer pista sobre essas mudanças. “Muitos pontos precisam ser ajustados. Uma reunião hoje (ontem) à noite definirá todas essas questões e então poderemos falar com maior clareza”, justificou Bittencourt.
Um dos pontos prioritários, a partir deste suposto ajuste diretivo, seria a reformulação do departamento de futebol. Neste caso, com uma possível saída de Paulo César Silva, que também teria colocado o cargo à disposição após o fracasso no Estadual. São mudanças pontuais, na tentativa do Paraná de reencontrar um norte após uma campanha desastrosa neste primeiro quadrimestre.