Juninho Pernambucano oficializou sua aposentadoria como jogador de futebol nesta segunda-feira, em entrevista coletiva, mas avisou que não vai se afastar do esporte. Apesar de querer um tempo de férias, o agora ex-atleta, de 39 anos, avisou que deverá comentar a Copa do Mundo por uma emissora de TV e que pretende trabalhar como treinador.
“Eu não me vejo fora do futebol. Gostaria de aproveitar uns dias de férias mais prolongadas, mas claro que quero voltar ao futebol. Ser treinador sempre passou pela minha cabeça. A tendência é que eu possa comentar futebol. Já me convidaram para trabalhar durante a Copa do Mundo. A tendência é continuar no futebol”, disse ele.
Depois, revelou que foi convidado pela Rede Globo. Ainda não assinou contrato, mas ser comentarista “é uma possibilidade real”. Sobre o trabalho como treinador, indicou que não pretende fazer como Seedorf e voltar à Europa por conta da ligação com o Lyon.
“Gostaria de seguir no Brasil para me preparar mais. Claro que minha ligação com o Lyon é forte. Já comecei de alguma forma na França. Todas as quintas tenho um programa, mas a preferência, no momento, é ficar no Brasil”, explicou.
Sobre a decisão pela aposentadoria, explicou que não conseguia treinar no ritmo que se espera de um jogador profissional. Juninho estava sem jogar desde novembro, quando se machucou numa partida contra o Santos, no Maracanã. Ele chegou a cogitar parar, mas foi convencido pelo presidente do Vasco, Roberto Dinamite, e pelo novo executivo de futebol, Rodrigo Caetano, a fazer a pré-temporada. Ali, viu que não teria condições de voltar.
“Quando os treinos ficaram mais fortes, quando se acelerou o ritmo, eu tinha mais dificuldade para treinar no outro dia. Repetir os exercícios estava difícil. Fiz um coletivo de 60 minutos e fiquei dois dias sem treinar. No começo da semana passada avisei à comissão técnica que havia tomado a decisão de parar de jogar”, revelou Juninho.
O agora ex-jogador chorou na sua fala inicial, quando discursou para contar que estava se aposentando. “Para fazer pela metade, sem a minha condição real, não iria fazer. Foi por isso que decidi parar de jogar. Não é fácil, mas acredito que está sendo mais fácil do que eu imaginava. Chegou a hora. Se o Roberto parou, Romário, Zico, para mim também chegaria esse dia.”
O choro veio quando Juninho lembrou dos títulos vencidos no fim da década de 1990 e no começo do século. “Praticamente todos os anos conquistei alguma coisa. Fica a lembrança daquela geração maravilhosa entre 97 e 2001. Todos esses jogadores com quem joguei aqui”, disse, antes de parar para tentar segurar as lágrimas.
Juninho também falou do Sport. “Sou grato pelo início da carreira, mas foi aqui onde me realizei e onde me tornei um jogador completo. Minha formação não era completa. Foi aqui onde aprendi tudo. Sou nordestino, vim de Recife, e nunca vou deixar de ser”, comentou.
Sobre o Bom Senso FC, garantiu que continuará ativo. “O Bom Senso luta para se firmar. Deixei bem claro que se eles precisassem estaria à disposição. Não é porque vou parar de jogar que vou mudar a forma de pensar. A seleção vai ser sempre uma das melhores do mundo, mas nossos campeonatos precisam melhorar em todos os aspectos”, cobrou Juninho.