Ansiedade e confiança foram as palavras mais usadas por Roger Machado, técnico do Grêmio, na entrevista coletiva após a vitória deste domingo sobre o Flamengo por 1 a 0, na Arena do Grêmio, pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro.
O time gaúcho tenta largar bem no Brasileirão para melhorar a relação com a torcida e apagar a má impressão deixada pelas eliminações nas semifinais do Campeonato Gaúcho, pelo Juventude, e nas oitavas de final da Libertadores, pelo Rosario Central, da Argentina.
“A gente sabe que precisa vencer e resgatar a confiança do nosso torcedor, e isso em alguns momentos acaba fazendo pesar um pouco. Tu domina apertado, tu erra um passe mais simples. Isso, com a confiança dos resultados, das boas atuações e retomando a confiança do nosso torcedor, passa. Importante estrear em casa com vitória e planejar o próximo confronto”, disse Roger.
Durante o confronto, o Grêmio perdeu diversas chances com Giuliano e foi perigoso com as bolas aéreas, sendo uma delas a que originou o gol de cabeça do zagueiro Fred. No entanto, ao fim da maioria das jogadas, vaias da torcida gremista tomavam conta da Arena, atitude que incomodou o comandante.
“Prejudica, porque o nosso jogador fica ansioso. A gente não erra porque deseja. A gente justamente quer acertar e a ansiedade do nosso torcedor acaba nos atrapalhando nesses momentos cruciais. Eu entendo a ansiedade do torcedor e nesse momento é um pouco de desconfiança, mas o ideal seria que não acontecesse”, afirmou.
Roger comparou ainda a atmosfera atual do clube com a que havia quando ele foi contratado. “Talvez hoje nós vivamos um momento parecido com o que cheguei no ano passado. Havia desconfiança do que o Grêmio faria no campeonato. A diferença é que a desconfiança também é, neste momento, parte do trabalho no comando, o que não havia no passado, quando cheguei com crédito”.
Sobre o duelo com o Flamengo, o treinador destacou que a “tensão” nos minutos finais deve ser creditada à falta de pontaria dos gaúchos. “A gente sofreu um pouco com as infiltrações, principalmente do Alan Patrick entre linha e os volantes do Flamengo fazendo o jogo circular de um lado para o outro pra chegar pelos lados. Mas na minha opinião o jogo ficou tenso e a gente foi assediado nos últimos dez minutos em função de a gente não ter definido a partida”, analisou.
Perguntado ainda se estava preocupado pela quantidade de chances perdidas, Roger foi direto e voltou a usar as duas palavras mais “populares” da entrevista. “Preocupado eu estaria se a gente não estivesse criando, ou estivesse criando aleatoriamente. Não me preocupa e sei que, em parte, o fato gerador disso é a ansiedade de, diante do nosso torcedor, fazer voltar a ter a confiança que ele teve até há bem pouco tempo com a nossa equipe”, disse Roger.