O remo brasileiro tem como base fundamental os clubes de futebol do Rio. E, tal qual eles, anda muito mal das pernas – e dos braços. Ao fim das provas da modalidade nos Jogos Pan-Americanos, em Toronto, o Brasil conquistou uma única medalha, de prata, obtida nesta quarta-feira por Fabiana Beltrame, em uma prova que não faz parte do programa olímpico – e por isso não é disputada pelas melhores do mundo. De resto, acumulou últimos lugares, inclusive com o único corintiano da equipe de remo nacional, Gabriel Campos, que teve o pior resultado entre todos os brasileiros em Toronto.

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Nas últimas duas temporadas, o Botafogo e Flamengo travaram disputa acirrada nas competições nacionais. Mas, com o retorno de Eurico Miranda para o Vasco, o clube de São Januário voltou a investir no remo. Contratou a estrela da modalidade, Fabiana Beltrame, que estava no Flamengo. Na convocação do Pan, foram nove flamenguistas, seis botafoguenses e três vascaínos.

E o papel dessa legião carioca não foi bom. Medalha, só com Fabiana Beltrame. Campeã mundial em 2011 no categoria skiff simples leve, ela ficou com a prata, com 8min54s36, mais de cinco segundos atrás da norte-americana Mary Jones, que ganhou o ouro. Lucia Palermo, da Argentina, ficou com o bronze.

FRACASSO – Em cinco das dez provas que disputou, o Brasil foi último. Em outras duas, não se classificou para a final. No quatro sem, os brasileiros foram os mais lentos das eliminatórias e, em sétimo, não participaram da final desta quarta-feira. Canadá, EUA e Chile subiram ao pódio.

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No quádruplo skiff feminino, eram seis inscritos. Só por isso o Brasil disputou a final desta quarta-feira. Ficou em último, em sexto, longe dos medalhistas: Canadá, EUA e Argentina. Também fechou a raia na categoria oito sem timoneiro em quinto lugar, a 20 segundos do quarto colocado, que por sua vez ficou a 7 segundos dos campeões. Canadá, Argentina e EUA foram ao pódio.

Mas ninguém foi pior que Gabriel Campos, o Gael, único atleta do Corinthians convocado para o Pan no remo. Ele foi o último colocado da final B do single skiff e terminou o Pan no 11.º lugar, apenas.

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Gael só foi a Toronto porque o principal brasileiro da prova, Steve Hiestand, um suíço filho de brasileiro que mora na Suíça, não teve dinheiro para vir ao País disputar a seletiva. No domingo, foi 15º em uma etapa da Copa do Mundo, entre os melhores do mundo. O Brasil tem convite para o Rio-2016 no single skiff.

BALANÇO – A prata de Fabiana Beltrame foi a única medalha conquistada pelo remo brasileiro no Pan, desempenho que piora a cada ano. Em Guadalajara (2011), haviam sido duas de prata. No Rio (2007), três no geral. Em Santo Domingo (2003), seis, com direito a três de prata.

No Rio-2016, o Brasil tem convite para apenas duas provas: as de single skiff no masculino e no feminino. Das 14 provas do remo, para apenas quatro (single e double skiff) existe uma cota grande de vagas, que são distribuídas inclusive na seletiva da América Latina. Nas demais, o País praticamente não tem chances, uma vez que a seletiva é o Mundial.

No single, em que o Brasil tem convite, são seis vagas na seletiva regional. No masculino, o Brasil foi o 10.º melhor latino do Pan. No feminino, não competiu. Já no double skiff são três vagas na seletiva do ano que vem. O Brasil foi quarto (e último) no feminino e sexto entre os homens, levando em consideração só os latinos.

Em Toronto, a liderança do quadro de medalhas do remo ficou com o Canadá, que ganhou 11 medalhas, sendo oito de ouro. Os EUA faturaram nove (duas de ouro), contra sete de Cuba (duas de ouro) e oito da Argentina (uma). Também o Chile e o México foram melhores que o Brasil no Pan.