Diretoria sob pressão

Após semana de tensão, Coritiba quer “virar a página”

A faixa foi só uma das formas de protesto na sexta-feira (9). Foto: Albari Rosa

Por tudo que aconteceu na sexta-feira (9), pode-se dizer que o final de semana do Coritiba foi até tranquilo. Mas a partir desta segunda (12) a pressão volta com tudo ao Alto da Glória. E não é porque amanhã o Coxa enfrenta a Ponte Preta na abertura da penúltima rodada da Série B. Mas sim porque esperam-se ações. Definição de diretor de futebol, confirmação ou não da permanência do técnico Argel Fucks e até mesmo a condição da atual diretoria em seguir seu mandato. Tudo isso deve começar a clarear de agora em diante.

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A sexta-feira foi pra lá de tensa para o Coxa. Protestos do início ao final do dia, pressão dos conselheiros e dos torcedores, rumores de demissões e até renúncia, menor público do ano e a vitória sobre o Goiás, que ficou em último plano. A paciência da torcida e dos “cardeais” alviverdes com a diretoria comandada por Samir Namur acabou após a goleada imposta pelo São Bento na última terça-feira, e os últimos dias foram de muitas reuniões no Couto Pereira.

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Durante a semana passada, ex-dirigentes manifestavam tristeza e preocupação com a situação do clube em conversas reservadas. Procurados, alguns pouco falavam e até pediam para não dar entrevistas. Mas uma carta do ex-presidente João Jacob Mehl agitou os bastidores. Com palavras fortes, ele criticou Samir Namur e pediu a renúncia do cartola. “Antes da candidatura do Samir, fiz um discurso no Conselho afirmando que o Coritiba não poderia cair novamente na mão de pessoas inexperientes”, atirou. E foi só o início.

Samir Namur é o principal alvo de críticas da torcida do Coxa. Foto: Albari Rosa
Samir Namur é o principal alvo de críticas da torcida do Coxa. Foto: Albari Rosa

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“Provavelmente você não saiba o que é amor próprio, moral, dignidade, respeito e vergonha na cara. (…) O clube mais vitorioso do Paraná está perdendo torcedores que são nosso maior patrimônio. Reconheça isto, Samir. O fracasso tornou-se habitual em sua gestão. Um ano à frente do nosso antigo Glorioso já foi suficiente para ratificar sua incompetência”, escreveu João Jacob Mehl. A carta não foi rebatida pela diretoria, e não recebeu críticas de outros ex-dirigentes.

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Enquanto isso, o comando alviverde se reunia no Alto da Glória. O Conselho Consultivo, que segundo o estatuto do clube é um órgão “de aconselhamento e opinião, especialmente sobre matérias atinentes à conservação das tradições éticas, filosóficas e históricas do Clube”, foi acionado. Além dos dez membros eleitos, esse conselho reúne os chamados “integrantes natos”, entre eles todos os oito ex-presidentes vivos (Edison Mauad, Francisco Araújo, Giovani Gionédis, Jair Cirino dos Santos, João Jacob Mehl, Joel Malucelli, Rogério Portugal Bacellar e Vilson Ribeiro de Andrade).

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A aproximação dos “cardeais” é um ponto que a atual gestão tinha iniciado recentemente. Mas o rendimento em campo freou esse movimento. O desfecho melancólico da temporada, apesar da vitória sobre o Goiás, só aumentou o fosso entre o comando do Coxa, os conselheiros e a torcida. Na sexta-feira pela manhã, cartazes foram colados no Couto Pereira pedindo a renúncia do G5. Depois de serem retirados por funcionários do clube durante o dia, à noite os cartazes voltaram, se somando a protestos antes, durante e depois do jogo, inclusive com faixas dizendo “Diretoria amadora”.

+ Posicionamento: Confira como foi a entrevista do presidente do Coxa à rádio Banda B

A resposta do presidente Samir Namur e de sua equipe deve ser com fatos. A contratação de um gerente de futebol profissional deve ser a primeira ação oficial para tentar “virar a página” de 2018. Rodrigo Pastana, ex-Paraná Clube, é o favorito – apesar de Pastana negar, o próprio presidente confirmou as conversas na entrevista à rádio Banda B. Apenas depois dessa definição é que será decidido o futuro do técnico Argel Fucks. “Tem que saber quem será o diretor, se o diretor quer trabalhar comigo, se eu quero trabalhar com o diretor. A diretoria está fazendo do jeito certo”, garantiu.

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Reforços, dispensas, aproveitamento da base e outras definições virão a seguir. Argel antecipou algumas situações, como na escalação de Matheus Bueno e na volta de Julio Rusch ao grupo principal diante do Goiás. Mas tudo com calma, até porque o momento é delicado. “O torcedor tem todo direito de protestar. Esse clube é grande, já foi campeão brasileiro”, resumiu o treinador alviverde. O torcedor também espera respostas. E ele quer saber delas logo.

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