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Após se aposentar da seleção, Cristiane aceita pedido e se apresenta para treinos

Cinco meses depois de informar sua aposentadoria da seleção brasileira, a atacante Cristiane anunciou que voltará a vestir as cores do País, pelo menos para um período de treinos. A artilheira de 32 anos revelou que repensou a decisão após um pedido pessoal do técnico da equipe nacional, Vadão.

“Mais uma nova etapa na vida. Na carreira. No prazer de fazer o que eu amo que é jogar futebol. Fui procurada pelo professor Vadão, que me fez um apelo em nome da comissão técnica para eu voltar a servir a seleção brasileira. Foi um pedido para eu voltar. Este não foi o único. Muitas pessoas me procuraram e pediram pela minha volta”, revelou em postagem no Instagram.

Curiosamente, a mudança na comissão técnica para a chegada de Vadão havia sido justamente o fator que motivou Cristiane a se aposentar da seleção. Em setembro do ano passado, a atacante anunciou a decisão graças à demissão da técnica Emily Lima, que ficou apenas 10 meses no comando da equipe.

Na ocasião, Cristiane atacou duramente a CBF pela dispensa, alegando que 24 das 26 jogadoras do elenco pediram formalmente a permanência da treinadora, e levantou a possibilidade de machismo e preconceito dentro da entidade para que esta decisão fosse tomada.

“O motivo da minha saída foi um só: tentar ajudar a modalidade de outra maneira, porque as meninas não estavam sendo ouvidas”, lembrou. “Julgada eu vou ser, assim como fui quando tomei a decisão de sair no ano passado. Jamais vamos agradar a todos.”

Se há cinco meses Cristiane reclamou da falta de representatividade para as mulheres no comando do futebol feminino e do pouco apoio financeiro às jogadoras, nesta terça revelou uma série de mudanças implementadas pela CBF que a incentivaram a retornar.

“O que me foi passado durante esse tempo fora é que ao menos uma mulher foi contratada e está trabalhando em cada categoria de base. Colocaram uma no grupo principal. Teremos reuniões com o departamento financeiro, para que seja explicado para todas as meninas a questão do direito de imagem. É suficiente? Não. É pouco, mas estão fazendo. Me parece um bom começo. Hoje não podemos falar que não estão fazendo nada, ao menos estão se movimentando”, argumentou.

A própria jogadora, no entanto, ressaltou que irá analisar de perto a situação antes de definir se volta a jogar oficialmente pela seleção. “Estou aqui para sentir se realmente tudo isso está acontecendo. Quero ver as mudanças antes de tomar uma decisão. Se eu realmente voltar, não estarei olhando por mim. Mais uma vez estarei olhando por todas as meninas. Pela modalidade.”

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