Tentando equilibrar as contas após forte redução dos valores repassados pelos Correios, a Confederação Brasileira de Tênis (CBT) definiu três novos patrocinadores, que devem trazer alívio para a contabilidade da entidade. O vínculo de um ano com Peugeot, Companion Sports e Quicksand pode gerar economia de até R$ 500 mil nos próximos 12 meses. Pelo acerto, as três empresas não farão pagamento direto à CBT. Elas vão contribuir somente com fornecimento de material.
“Estes três patrocínios chegam num momento muito importante, não pelo aporte financeiro, mas pelo corte de despesas. São R$ 40 mil por mês mais ou menos e isso é muito expressivo. Isso faz muita diferença num momento como esse”, revelou ao Estado o presidente da CBT, Rafael Westrupp.
No caso da Peugeot, serão sete carros cedidos à entidade, sendo dois deles utilitários. Outros dois serão usados para exposições em eventos e para ajudar no transporte de autoridades e convidados. E três serão de uso do presidente Rafael Westrupp e de dois vice-presidentes da CBT, restritos às atividades profissionais.
Com os novos patrocinadores, Westrupp projeta economia de R$ 500 mil por não precisar desembolsar com veículos, por exemplo. O acordo com a Peugeot prevê que a fabricante francesa banque a manutenção e até o IPVA dos carros. À CBT, caberá os custos com combustível.
“Já tivemos patrocínio da Peugeot, que se encerrou no final de 2014. Retomamos a conversa e houve uma evolução bem grande no contrato, com as despesas e manutenção sendo assumidas pela Peugeot. Tivemos um upgrade no acordo”, afirmou Westrupp, em entrevista exclusiva.
A Companion Sports fornecerá uniformes para os atletas desde a base até os profissionais que defendem o Brasil na Copa Davis e na Fed Cup. E a Quicksand fornecerá bolas e quadras para o beach tênis.
Os apoiadores chegam em boa hora para a CBT devido à redução de 78% valor do patrocínio dos Correios neste ano, em comparação a 2016. Os aportes da estatal foram cruciais para a entidade nos últimos anos. A diminuição no repasse dos valores, em razão da crise econômica, obrigou a CBT a reduzir custos. Houve demissão de funcionários, extinção de cargos e até mudança na sede, de São Paulo para Florianópolis, onde a entidade não paga aluguel.
A queda no patrocínio dos Correios, de R$ 9 milhões para R$ 2 milhões anuais, também trouxe consequências negativas para os tenistas. Profissionais como Thomaz Bellucci e Bruno Soares perderam bolsas que podiam pagar até R$ 10 mil mensais.
Com despesas estimadas entre R$ 5 milhões e R$ 6 milhões por ano, a CBT tem a maior parte dos seus custos bancados pelo patrocínio dos Correios e pelo repasse de R$ 2,3 milhões anuais do Comitê Olímpico do Brasil (COB), por meio da Lei Agnelo-Piva.
“Estamos num momento bem complicado, mas ao mesmo tempo equilibrado. Essa crise bateu muito forte em todo mundo. Graças a Deus, estávamos muito saneados e equalizados financeiramente desde o início de 2016. E fechamos o ano passado no azul”, disse o presidente da CBT.