Menos de 24 horas depois da eliminação nas quartas de final da Libertadores diante do São Paulo, chegou ao fim na tarde desta quinta-feira a passagem do técnico Diego Aguirre pelo Atlético-MG. Ao lado do presidente do clube, Daniel Nepomuceno, o treinador uruguaio anunciou sua saída em pronunciamento na Cidade do Galo e alegou que foi ele quem pediu para deixar o cargo.
“Venho comunicar que decidi deixar o comando do time. Não conseguimos o nosso grande objetivo, que era a Libertadores”, garantiu Aguirre. O treinador não explicou os motivos que o levaram à decisão, mas revelou que já havia colocado o cargo à disposição após a classificação para a segunda fase do torneio continental.
“Vinte dias atrás, pedi para sair do clube. Pedi ao Daniel, e ele pediu que ficasse porque tínhamos um jogo importante pela Libertadores com o Racing. Achei justo, mas pedi que nos falássemos novamente quando acabasse a participação na Libertadores, o que aconteceu ontem”, afirmou.
A passagem de Aguirre pelo Atlético-MG durou pouco mais de cinco meses. Trazido para o lugar de Levir Culpi, que deixou o clube na reta final do Brasileirão do ano passado, o uruguaio oscilou bons e maus momentos, tendo como ponto alto a classificação tranquila na fase de grupos da Libertadores.
Mas Aguirre nunca convenceu a torcida. As quedas na primeira fase da Copa Sul-Minas-Rio, na decisão do Campeonato Mineiro e, agora, nas quartas da Libertadores só intensificaram uma pressão que já existia por parte das arquibancadas, que chamou o treinador de “burro” em algumas oportunidades durante este início de temporada.
Mesmo assim, o uruguaio acredita que deixa o comando da equipe com saldo positivo. “Reitero o agradecimento a todos, tivemos uma experiência excelente, com profissionais do mais alto nível. Deixamos coisas importantes para o futuro do Atlético-MG. E tomando como parte do futebol, agora é olhar para o futuro.”
Após as palavras de Aguirre, foi a vez de Nepomuceno fazer seu pronunciamento. O presidente confirmou a versão do treinador, o agradeceu pelo trabalho e afirmou que ainda não fez contato com qualquer possível substituto.
“Aguirre deixa vários ensinamentos. É um treinador moderno e competente. Mas o futebol traz esses dias de encerramento de etapas”, comentou. “Ainda não conversei com nenhum treinador. Hoje não está sendo uma tarde boa aos funcionários e aos jogadores que sempre apoiaram o técnico. Só tenho que agradecer ao Diego.”
Com a saída de Aguirre, o Atlético-MG será comandado interinamente por Carlinhos Neves, chefe da comissão técnica, que deverá estar no banco de reservas diante do Atlético-PR neste domingo, na Arena da Baixada, pelo Campeonato Brasileiro. Diogo Giacomini, treinador do time júnior, seria o substituto natural, mas está na Europa com seus comandados.