A histórica partida entre Chicago Bulls e Washington Wizards, disputada no sábado, no Rio, foi apenas mais um passo da consolidação da NBA ao redor do mundo. Desde que assumiu o comando da maior liga de basquete do mundo, David Stern tomou como prioridade a sua expansão, tanto física quanto no imaginário dos fãs pelo planeta. O objetivo era tornar a NBA uma atração global e, quase 30 anos depois do início de sua gestão, a meta foi atingida. Mas vem mais por aí. Partidas de pré-temporada, como a realizada neste fim de semana pela primeira vez no Brasil, são parte de um processo que pode envolver jogos de temporada regular e até mesmo a fundação de um time na Europa.
Todos esses temas são delicados e motivo de grande debate nos Estados Unidos. Muitos torcedores e a imprensa norte-americana veem com ceticismo, se não com rejeição, tais propostas. Mas a saída de David Stern do cargo de comissário da NBA, em fevereiro, não vai frear a propagação da liga. Adam Silver, atualmente o segundo no comando, vai assumir o posto mais importante do basquete mundial à época do Jogo das Estrelas de 2014 e promete continuar o legado do antecessor.
“É um processo irreversível. Inevitavelmente a NBA vai se expandir”, disse Adam Silver, em conversa com um pequeno grupo de jornalistas brasileiros durante a visita ao Rio. Para o futuro comissário, não há como recuar da tentativa de “domínio” mundial da liga norte-americana. Os fãs de vários países clamam por mais jogos e querem consumir mais produtos da NBA. O Brasil certamente é um deles, sendo que as próximas turnês mundiais o incluirão no roteiro. “Este não vai ser o último jogo (da NBA) por aqui. Vocês ainda vão nos ver muitas vezes”, garantiu o dirigente, sem confirmar, no entanto, que o País será escala do próximo giro mundial.
Na opinião do dirigente, os obstáculos para a expansão da liga (atualmente são 30 equipes) estão diminuindo a cada ano. Existe o projeto de levar de volta uma franquia para Seattle, no que seria o deslocamento do Sacramento Kings, mas Adam Silver vê espaço para mais times, apesar de um calendário já desgastante de 82 jogos da temporada regular.
“Poderíamos ter 32 times, e acho que isso ocorrerá (mais cedo ou mais tarde). Seattle tem grande tradição no basquete. Quanto a ter um time na Europa, a tecnologia está evoluindo, o tempo das viagens estão diminuindo. Eu consigo conceber (uma franquia na Europa)”, afirmou o dirigente. Para isso, Adam Silver terá de superar a resistência doméstica, que já foi maior. O público norte-americano está mais aberto ao mundo nos últimos anos, mas, ainda assim, são muitos os críticos do que consideram uma expansão exagerada que vai diminuir a qualidade do espetáculo. Ele se diz preparado para o desafio.