Pelo segundo ano consecutivo, o Boavista deixou o município de Saquarema, na região dos Lagos, no Rio, para fazer a pré-temporada em Dubai. No dia 3 de dezembro, o time percorreu 11 mil quilômetros até o destino. Lá, foram 17 dias e cinco amistosos em uma preparação incomum diante da “pindaíba” da maior parte dos clubes cariocas.
A viagem só foi possível graças aos investimentos da família Magalhães Lins, gestora do clube desde 2004. “Hoje, o Boavista é um clube rico”, diz o ex-atleta e empresário Donizete Pantera, responsável por intermediar a viagem.
O patriarca da família é o banqueiro José Luiz de Magalhães Lins. Dos cinco filhos, dois se dedicaram ao futebol. Após a morte de Zé Luca, hoje quem toca o clube é João Paulo, que atua na área de petróleo e gás e costuma chegar aos jogos de helicóptero. Ele é amigo da família real de Xarja, terceira maior cidade dos Emirados Árabes. Por isso, a viagem ao exterior.
A estrutura é de time grande. Embora a sede seja em Bacaxá, distrito de Saquarema, o clube treina no CFZ, o Centro de Futebol Zico. Os jogos são no Estádio Elcyr Resende, que pode receber até 10 mil torcedores.
Criado a partir do antigo Esporte Clube Barreira, o time chegou à primeira divisão e não saiu mais. No ano passado, foi à decisão da Taça Guanabara, mas perdeu para o Flamengo. “Os atletas e especialistas dizem que somos a quinta força do Rio. Nossa meta é chegar à Série B até 2022”, diz o diretor de futebol Thiago Alves.
Para isso, o Boavista acertou a contratação do veterano Carlos Alberto. E terá, por exemplo, o goleiro Rafael (ex-Vasco e Fluminense), o zagueiro Gustavo Geladeira (ex-Flamengo), o meia Lucas Perdomo (ex-Vasco) e o atacante Leandrão (ex-Vasco, Botafogo e Internacional).