No dia seguinte de sua posse como presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Rogério Caboclo foi recebido, nesta quarta-feira, pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, com quem conversou sobre programas de educação e sociais, além de ações econômicas que podem envolver o futebol.

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Em almoço no Palácio do Planalto, que teve a participação do presidente da Fifa, Gianni Infantino, Caboclo defendeu mudanças em leis e em regulações para atrair novos investimentos no futebol nacional.

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“O que colocamos para o presidente Bolsonaro é o nosso desejo de desenvolver o futebol, de mudar o patamar do futebol brasileiro na economia, fazendo uma escalada do futebol no PIB do Brasil”, disse Caboclo. “Os clubes precisam arrecadar mais e, por isso, diversificar e otimizar as fontes de receita. Assim, aumentam de nível e chegam mais próximos dos times europeus, de modo a termos por mais tempo os craques no País e à disposição da seleção.”

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Dentro do plano de trazer investimento estrangeiro, estão entre os objetivos da CBF, em sua nova gestão, promover maneiras de se criar clubes-empresa e modificar regras regionais de tal maneira que grupos internacionais possam até assumir o controle de gestão dos clubes.

“Com a adoção de um sistema profissional de gestão do futebol, os clubes passam ao patamar de poder receber esses investimentos. Com pequenas alterações de regulações e legislação, isso passa a ser possível e viável e é aquilo que a gente acredita”, defendeu Caboclo, cujo mandato vai até abril de 2023 – ele tem direito a uma reeleição de acordo com o estatuto.

Também estiveram presentes no almoço com Bolsonaro, que durou uma hora e começou com 55 minutos de atraso, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, Augusto Heleno, o Secretário Especial do Esporte do Ministério da Cidadania, Marco Aurélio Vieira, e Ronaldo Lima dos Santos, secretário Nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor do Ministério da Cidadania, além do secretário geral da CBF, Walter Feldman.

COMPETIÇÕES – No encontro, os dirigentes esportivos reforçaram a importância para o País da Copa América – a ser realizada de 14 de junho a 7 de julho – e do Mundial Sub-17, que será disputado entre outubro e novembro. O torneio continental tem como sedes as cidades de Belo Horizonte, Porto Alegre, Rio, São Paulo e Salvador.

Caboclo disse que a CBF não fez nenhum pedido adicional ao governo em função das competições de futebol que o Brasil vai receber este ano. “As competições são custeadas pela Conmebol, no caso da Copa América; e pela Fifa, no caso da Copa do Mundo Sub 17… (O governo cuida de) itens como segurança e logística e de tudo aquilo que está no campo das atribuições governamentais. Não pedimos nenhum favor especial”, comentou o dirigente.

Um dos temas que interessam para a Fifa, a liberação de venda de bebidas alcoólicas em estádios, não foi abordada no almoço, segundo um participante do encontro. A CBF tem buscado aproximação com Brasília depois que vários parlamentares ligados à entidade deixaram o Congresso, por não conseguirem se reeleger ou nem mesmo tentarem as urnas no ano passado.

O movimento de aproximação com o presidente da República vem desde a transição, quando Bolsonaro, torcedor do Palmeiras, assistiu em dezembro, ao lado de Caboclo, a festa do título brasileiro conquistado pela equipe paulista.

Nesta quarta-feira, Caboclo presenteou o presidente da República com a nova camisa branca da seleção brasileira, lançada em comemoração aos 100 anos do primeiro título conquistado pelo time, o da Copa América de 1919.

A seleção brasileira, de acordo com o presidente da CBF, vai vestir essa camisa na partida de estreia da Copa América, e, 14 de junho, no Morumbi, contra a Bolívia. Já Infantino presenteou Bolsonaro com uma bola da Fifa.