Após Penalber decepcionar no Pan, judô decide levar Guilheiro ao Mundial

Sexto colocado no ranking mundial da categoria até 81kg, Victor Penalber ainda deve um grande resultado internacional. Nos Jogos Pan-Americanos, ficou apenas com o bronze. Preocupada, a Confederação Brasileira de Judô (CBJ), decidiu mudar radicalmente a posição que vinha adotando nos últimos anos e, nesta terça-feira, anunciou a convocação de Leandro Guilheiro para também disputar o Mundial de Astana, no final de agosto, no Casaquistão.

Diferente da Olimpíada, ao Mundial cada país tem direito a enviar até nove atletas por gênero. Em duas categorias, tem um judoca extra, a chamada “dobra”. Desde que a regra começou a valer, em 2013, a CBJ tem optado por dar tal oportunidade aos dois reservas mais bem colocados no ranking mundial, acirrando a disputa pela titularidade.

Agora, muda de postura para dar uma oportunidade a Guilheiro, apenas o 67.º do mundo. Dono de duas medalhas olímpicas (bronze em Atenas e Pequim, na categoria até 73kg), ele chegou a Londres como favoritíssimo ao ouro, mas ficou sem medalha. Depois, precisou operar o joelho e ficou dois anos afastado.

Desde que voltou às competições internacionais, em outubro do ano passado, participou de duas etapas de Grand Slam e quatro de Grand Prix sem chegar nem às quartas de final. Só foi ao pódio em etapas Open, as de menor valor no ranking mundial.

“O Guilheiro, por toda a sua experiência e história de sucesso, pode acrescentar algo à equipe. A competição será de altíssimo nível porque todos os principais atletas que vão disputar os Jogos Olímpicos vão estar em Astana. É um grande teste para toda a equipe”, explicou Ney Wilson, gestor técnico de alto rendimento.

Inicialmente, as dobras seriam nas categoria até 60kg (Eric Takabatake é o 24.º do mundo) e peso pesado (David Moura é o 12.º). Mas Rafael Silva se machucou, David virou titular para o Mundial e a segunda dobra ficou em aberto à espera do Pan e do Grand Slam russo, realizado no fim de semana passado.

Outra troca precisou ser feita porque Alex Pombo, único brasileiro que ficou sem medalha no Pan, lesionou o ligamento colateral lateral do joelho direito durante a disputa da medalha de bronze em Toronto. De acordo com a CBJ, ele vai fazer um tratamento ortodoxo, sem cirurgia. Número 14 do ranking, vai ser substituído por Marcelo Contini, o 40.ª, segundo melhor brasileiro.

“Ser convocado para substituir um companheiro lesionado não foi a forma que eu esperava. Mas venho treinando forte, acabei de disputar o Grand Slam de Tyumen e estou preparado para mais esse desafio. Será o meu primeiro Mundial e estou ansioso para fazer uma grande competição”, disse Contini. No feminino, as dobras foram com Nathália Brígida (chamada numa categoria em que Sarah Menezes preocupa) e Rochele Nunes, peso pesado que é a reserva melhor ranqueada.

A CBJ não garante que os atletas que estiverem mais bem colocados no ranking mundial às vésperas dos Jogos Olímpicos serão convocados para o Rio. A entidade, que tem convite para todas as categorias, diz que os melhores do ranking têm prioridade, mas se dá ao direito de fazer escolhas que indicarem maiores possibilidades de medalhas.

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