Como a Confederação Brasileira de Badminton (CBBd) alegou que o cobertor estava curto e decidiu não enviar nenhum atleta para o Mundial da modalidade, Daniel Paiola precisou pagar mais de R$ 10 mil do próprio bolso para participar da competição em Jacarta, na Indonésia. Sua participação, história, chegou ao fim nesta quarta-feira, com derrota para uma lenda do badminton, o chinês Lin Dan, atual bicampeão olímpico.

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Daniel já havia dito que seria “quase impossível” ganhar do chinês, que venceu por 2 sets a 0, com duplo 21/14. “Disputar torneios em alto nível é bom para qualquer atleta. Gostaria de disputar outros como o Mundial, mas tem um alto custo. O badminton precisa de mais apoio no Brasil para crescer ainda mais”, cobrou o atleta, que ganhou prata em duplas masculinas nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, no mês passado.

Com o campineiro, o badminton vive a melhor fase da história no Brasil. Daniel já havia sido o primeiro atleta do País a ganhar uma medalha individual em Pan (bronze em 2011) e, em Toronto, ao lado de Hugo Arthuso, alcançou a primeira final.

Em Jacarta, se tornou o primeiro brasileiro a vencer uma partida em chave principal de Mundial. Na terça, ganhou do austríaco David Obernosterer, por 2 a 1 (parciais de 21/14, 11/21 e 24/22), e vingou a derrota sofrida para o mesmo rival no Mundial do ano passado. No jogo na Indonésia, salvou quatro match points quando o terceiro set estava 20/16 para o austríaco.

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Número 75 do ranking mundial, Daniel Paiola, com descartes, ocupa o 35.º lugar do ranking olímpico, a uma posição de entrar na zona de classificação para os Jogos do Rio. O Brasil tem um convite para a chave masculina de simples (e outro para a feminina), mas Daniel tem como meta se classificar sem depender desse convite.

O outro brasileiro no Mundial foi Alex Tjong, número 109 do mundo, que faz uma “vaquinha virtual” para pagar sua ida a alguns torneios em busca de pontos no ranking. Na segunda-feira, perdeu na estreia para o indiano H.S. Prannoy, número 12 do ranking mundial, por 2 sets 0: 21/12 e 21/16.

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Os demais brasileiros que teriam direito a jogar o Mundial preferiram não fazer tamanho investimento. A CBBd alega que, como não tem patrocinador, depende dos escassos recursos da Lei Piva. Diante da dificuldade de os brasileiros pontuarem no Mundial, priorizou enviar a seleção completa para alguns eventos disputados nas Américas e que, por serem de nível inferior, não reúnem os melhores da modalidade.