O Coritiba começou 2007 dando um susto na torcida. Já decepcionada pelo fracasso no ano anterior e a permanência na Segundona, a galera teve que engolir eliminações prematuras no Paranaense e na Copa do Brasil. O pesadelo parecia não ter fim.
Para o comando técnico, a primeira aposta da diretoria foi em Gilberto Pereira, que havia levado a Adap ao vice-campeonato estadual em 2006. Junto com o novo treinador, veio uma completa reformulação do elenco. Enquanto Túlio, Edmílson, Ânderson Lima e Douglas Silva chegavam, gente como o Márcio Egídio, Rodrigo Batata, Vágner e James deixava o clube.
Uma derrota para o Rio Branco (2×1), na estréia, e um empate com o Engenheiro Beltrão (1×1) deflagraram a primeira crise do ano. Sobrou para Gilberto Pereira. Demitido com apenas dois jogos oficiais pelo clube, ele saiu se dizendo assustado com ?tanto amadorismo?.
O substituto não empolgou a torcida. O desconhecido Guilherme Macuglia chegou cercado de desconfiança e estreou com uma vitória de 1 a 0 sobre o J. Malucelli, no Couto Pereira.
Uma vitória contra o Paraná e um empate com o Atlético, na Baixada, marcaram o reencontro do Coxa com seus rivais. Na Copa do Brasil, o time eliminou o Caxias (RS) e o Ulbra (RO), chegando às oitavas-de-final. Também aplicou sonora goleada de 7 a 2 sobre o Roma, no estadual. Parecia que as coisas finalmente estavam se acertando.
Mas não foi bem assim. Em abril, a galera sofreu com duas eliminações em 15 dias. No Paranaense, o Paranavaí tirou o Coxa da final, com vitória (3×2) no interior e um empate no Couto (1×1). Na Copa do Brasil, o carrasco foi o Botafogo. Uma derrota (0x1) em casa e um empate (3×3) no Rio de Janeiro, sepultaram a ilusão de uma volta à Libertadores.
Mesmo assim, Macuglia resistiu. O Brasileiro estava a caminho, com novas e intensas emoções esperando pela galera coxa-branca.
Pedro Ken fez a diferença em 2007
Foto: Valquir Aureliano |
Meia foi o jogador que mais se destacou vestindo a camisa do Coritiba na temporada. |
A força da prata da casa foi o diferencial do Coritiba na campanha do retorno à primeira divisão. Foram os jovens formados no Alto da Glória os responsáveis pelos melhores momentos do Coxa em 2007.
Mas de todas as revelações alviverdes, ninguém se destacou mais do que Pedro Ken.
Versátil e cerebral, ele foi o motor do meio-campo alviverde. Maturidade incrível para quem tem apenas 20 anos e há pouco tempo era apenas mais uma das promessas das categorias de base do clube.
Titular ao longo de toda a disputa da Série B, ele foi um dos mais festejados pela galera após a conquista do título. Em toda a temporada, disputou 58 partidas, com seis gols e seis assistências.
Foto: Valquir Aureliano |
Jovem atacante caiu nas graças da torcida e chamou a atenção de outros clubes brasileiros. |
Futuro do Coxa nos pés de Keirrison
Já no início de 2006, Keirrison, com apenas 17 anos, era apontado como uma das principais promessas da base alviverde. Vindo do Mato Grosso do Sul, ele logo ganhou um espaço no time titular e era uma das grandes apostas para a volta à Série A já naquele ano.
Porém, o destino adiou a consagração do garoto. Uma ruptura dos ligamentos do joelho o afastou por dez meses dos gramados e apenas este ano ele pôde despontar como a grande revelação coxa-branca.
Ao longo de 2007, Keirrison disputou posição no ataque com Gustavo, Henrique Dias, Edmílson, Ânderson Gomes, Hugo e Igor. Foi, de longe, o mais eficiente. Em 58 jogos no ano, marcou 21 gols, se consagrando como artilheiro da equipe na temporada. Se não bastasse, ainda presenteou os companheiros com cinco assistências. (CM)