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Após lesão no joelho, Mineirinho se vê fora da briga por vaga olímpica no surfe

Adriano de Souza, o Mineirinho, campeão mundial de surfe em 2015, está se recuperando de grave lesão no joelho esquerdo. Ainda não tem previsão de retorno, algo que deve ocorrer entre abril e julho. Com isso, perderá eventos importantes. O primeiro em casa, entre 19 e 24 deste mês, quando será disputado o Oi Hang Loose Pro Contest, em Fernando de Noronha. Depois, provavelmente ficará fora no mínimo das duas primeiras etapas australianas do Circuito Mundial de Surfe.

Por causa disso, ele acredita que não terá condições de brigar pelas duas vagas olímpicas do País entre os homens nos Jogos de Tóquio, em 2020, quando a modalidade fará sua estreia no programa. “A disputa será acirrada. Vejo que estou fora dessa briga, mas estarei torcendo muito para que a gente chegue bem para a Olimpíada”, diz o surfista, em entrevista ao Estado.

Como tem sido sua recuperação do joelho?

A minha recuperação tem sido boa. Estou me cuidando com bons profissionais e pretendo voltar o mais rápido possível. Tenho de respeitar o período de recuperação da lesão, que é de seis a nove meses, mas o que eu puder fazer para voltar mais rápido vou fazer.

É muito ruim ficar longe do mar nesse período de lesão?

Desde outubro, quando me machuquei, já passei por muita coisa ao longo desse processo. Acho que quando a gente se lesiona é preciso aceitar e tentar viver da melhor forma possível. Sei que é ruim, é difícil ficar fora das competições, mas é importante tentar melhorar outras coisas fora do surfe.

Como você viu o final da temporada passada, com o Gabriel Medina sendo campeão mundial novamente e outros brasileiros brilhando?

Eu assisti a todas as três etapas do Havaí, desde Haleiwa até Pipeline. Estava em casa, fazia fisioterapia à tarde, mas depois conseguia acompanhar as competições. Vi o Gabriel sendo um fenômeno, como sempre foi, agindo super confiante e destemido. Conseguiu conquistar o mundo novamente, pela segunda vez. Foi um feito inédito para o Brasil. O Jesse Mendes, Peterson Crisanto, Deivid Silva também foram guerreiros. Além disso o Brasil ganhou mais um título da Tríplice Coroa Havaiana com o Jesse. Para mim, pareceu um pouco 2015, quando o Brasil ganhou diversos títulos no mesmo ano. Foi bem parecido.

Qual sua previsão de retorno?

Eu não tenho previsão de retorno, isso tudo vai depender da recuperação e do meu esforço. Ainda não dá para saber.

Você tem aproveitado o tempo livre para fazer outras coisas?

Estou conseguindo aproveitar a família e os amigos, coisa que não dava para fazer muito antes por causa das etapas do Circuito Mundial. A gente fica muito tempo fora de casa, agora estou tentando recuperar o corpo, que foi prejudicado ao longo desses anos, então quero aproveitar ao máximo esse período em que estou parado.

Como está sua situação financeira para a próxima temporada? Está com patrocínios

Mesmo lesionado eu me qualifiquei em 2019 para o Circuito Mundial de Surfe, e graças a Deus consegui manter os meus patrocínios. Tenho boa relação com eles. 80% eu já tinha contrato e os outros 20% faltava assinar para essa temporada e felizmente consegui manter todos eles.

Qual a expectativa para a disputa do Circuito Mundial de Surfe?

Para ser muito realista, não estou com muita expectativa para esse ano, principalmente para a Olimpíada. Estou focado na minha recuperação e em como vou responder. Acho que, conforme for chegando perto da minha volta, talvez resgate isso dentro de mim.

Este ano vai definir os dois brasileiros que representarão o País nos Jogos de Tóquio, em 2020. Como você vê suas chances?

Acho que será bem disputado. No ranking deste ano tivemos três brasileiros entre os top 10, com Italo (Ferreira), Filipe (Toledo) e Gabriel (Medina), e temos só duas vagas. Então a disputa será acirrada, mas vejo que estou fora dessa briga. Apesar disso, estarei torcendo muito para que a gente chegue bem para a Olimpíada.

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