O Guarani não desistiu de lutar pelo Brinco de Ouro, arrematado em leilão por R$ 105 milhões por uma empresa do ramo imobiliário e, junto com seu parceiro, fez nova proposta à Justiça pelo estádio. O presidente do clube, Horley Senna, e o empresário Roberto Graziano, da Magnum, propuseram na terça-feira R$ 81 milhões à Justiça do Trabalho de Campinas. O assunto será discutido nesta quinta-feira numa reunião que terá também a participação de representantes da Maxion, empresa do Grupo Zaffari que arrematou o estádio.

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“Nossa posição é ouvir. É o mínimo que podemos fazer”, diz a juíza Ana Claudia Torres Vianna, titular da 6.ª Vara do Trabalho e responsável pelo processo que resultou no leilão. “Tenho de ter todo o cuidado para ver se aparece alguma solução para o Guarani, por isso vamos ouvir todos os lados.”

O advogado representante da empresa gaúcha no leilão realizado em 30 de março, Dárcio Vieira Marques, não retornou às ligações da reportagem nesta quarta-feira. Marques já declarou à reportagem que a empresa tem a intenção de negociar com o Guarani, mas a manutenção do Brinco de Ouro não é uma possibilidade. “Evidentemente que não adquirimos o estádio para não aproveitar o terreno”, afirmou. “O clube vai ter de entender que não podemos comprar o terreno e deixar o estádio. Mas vamos sentar juntos e dialogar.”

O estádio onde o Guarani conquistou o Campeonato Brasileiro de 1978 foi a leilão porque o clube tem cerca de R$ 70 milhões em dívidas trabalhistas em fase de execução (quando não cabe mais recurso). Entre os principais credores estão os ex-jogadores Toninho Cerezo e Gustavo Nery.

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A dívida total do clube, incluindo ações trabalhistas em curso e débitos tributários e fiscais, é de aproximadamente R$ 250 milhões – o Brinco, segundo a diretoria, vale quase R$ 400 milhões.

ALTERNATIVAS – Para não perder seu maior patrimônio, o Guarani (ou algum parceiro) precisa pagar as dívidas trabalhistas em execução – com a remição, o leilão perderia efeito -, chegar a um acordo com Maxion ou anular o processo, por meio de um embargo à arrematação, segundo a juíza responsável pelo caso.

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Por causa do processo, a juíza Ana Cláudia Vianna e outros magistrados passaram a sofrer ameaças pela internet. Em resposta, a Polícia Federal em Campinas abriu inquérito para apurar as ameaças.