Minutos antes da partida entre Espanha e Chile, em 18 de junho, o Maracanã foi invadido por cerca de 200 chilenos. O ato acabou por se tornar um divisor de águas da Copa do Mundo no Brasil. Depois de uma série de incidentes menores em diversos estádios (o próprio Maracanã já tinha sido invadido por mais de 30 argentinos), o problema no Rio deixou claro que a segurança do Mundial estava em risco. Na Fifa, a segurança era chamada de “queijo suíço”, pela enormidade de problemas.
Diante do vexame da invasão do Maracanã pelo Centro de Mídia – com imagens que rodaram o mundo e dividiram a atenção com a precoce eliminação espanhola, nesse mesmo jogo -, o governo foi imediatamente convocado pela Fifa a dar explicações. Dos cerca de 200 chilenos que invadiram o estádio, apenas 88 foram presos e obrigados pela Polícia Federal a deixar o País para não serem deportados. Muitos não o fizeram, curtiram a participação da seleção chilena até o final e, só então, retornaram ao Chile.
A troca de acusações entre governo e Fifa estava só começando. O Palácio do Planalto denunciou a falta de preparação da entidade. O grupo que invadiu o Maracanã conseguiu abrir o portão queimando, com um isqueiro, o cordão de plástico que mantinha a entrada fechada. A Fifa, por sua vez, criticou o policiamento que teria permitido a aproximação de torcedores sem ingresso aos portões do estádio. A solução foi convocar uma reunião de emergência com todas as forças de segurança brasileiras, ministros e o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke.
Após a troca de farpas, os grandes problemas deixaram de ocorrer. No Maracanã, o policiamento foi aumentado jogo a jogo; cada vez maior, até chegar ao efetivo deste domingo, de quase 26 mil agentes da PM, Ministério da Defesa, polícias Civil, Federal e Rodoviária Federal, Força Nacional, Bombeiros, Guarda Municipal e segurança privada – o mais numeroso efetivo da história carioca.