Apesar de a Conmebol ter aumentado o número de clubes para a disputa da Copa Libertadores do próximo ano, saltando de 38 para 44 equipes, não está claro se as premiações aos participantes vão aumentar. E esse pedido é uma reclamação antiga de muitos clubes na América do Sul. Para se ter uma ideia, o campeão Atlético Nacional, de Medellín, ganhou US$ 7,75 milhões (R$ 24,8 milhões) pelo título nesta temporada.

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O abismo para a competição equivalente na Europa, a Liga dos Campeões, é enorme. Lá, o campeão da próxima edição vai embolsar mais de 48,2 milhões de euros (R$ 173,5 milhões). Isso faz com que os times europeus tenham força para contratar e não precisam se desfazer de atletas no meio da temporada, situação que ocorre todas as temporadas com os principais clubes da América do Sul.

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Outro detalhe é que na Liga dos Campeões existe um bônus por vitória e empate na fase de grupos da competição. Cada vitória garante R$ 5,4 milhões e cada empate soma mais R$ 1,8 milhão na conta do clube. Assim, uma equipe pode arrecadar na fase de grupos de R$ 45,7 milhões (se perder todos os confrontos) a R$ 78,1 milhões (caso vença todo os duelos).

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Já na Libertadores, a participação na fase de grupos garante a cada equipe US$ 600 mil (R$ 1,92 milhão) por partida como mandante – são três no total. E não existe qualquer bonificação se vencer ou empatar partidas. Essas disparidades nas premiações vêm incomodando os principais clubes, que já chegaram a ameaçar inclusive não disputar a Libertadores.

Com o intuito de cobrar a Conmebol, foi criada a Liga Sul-Americana de Clubes, a fim de exigir cotas maiores por participação nas competições e mais poder às equipes. Mas a entidade sul-americana ouviu o recado e reagiu ao tentar inserir mais times na Libertadores. Uma reclamação corriqueira é que o faturamento com publicidade e com direitos de transmissão deveriam ser repassados aos clubes em uma proporção maior que a atual.

Na Europa, por exemplo, cerca de 75% do que a Uefa (União Europeia de Futebol) arrecada é destinado à premiação dos clubes na Liga dos Campeões. Isso faz com que o caixa das equipes seja reforçado e permite a elas disputar todas as competições do calendário, tendo dinheiro para manter um elenco grande.

CALENDÁRIO – No Brasil, as mudanças promovidas pela Conmebol tiveram impacto na CBF, que está readequando o calendário nacional para que os clubes possam disputar os Estaduais, o Campeonato Brasileiro, a Copa Libertadores, a Copa Sul-Americana e a Copa do Brasil ao mesmo tempo.

Manoel Flores, diretor de competições da CBF, deve terminar o trabalho entre esta terça e quarta-feira. A assessoria de comunicação da CBF afirmou que a diretoria de competições da entidade está trabalhando nesse ajuste do calendário e que após concluir esse trabalho, o resultado será divulgado.

Até por isso, a Rede Globo evita traçar considerações sobre as mudanças no futebol da América do Sul e vai esperar novas definições para se posicionar. “A Globo não participou da discussão de mudança na Libertadores, mas só pode fazer uma avaliação plena depois de definidos os reflexos no Calendário Nacional, gerido pela CBF”, informou a emissora.