Enfrentar o Uruguai no estádio Centenário parecia ser o último e principal grande desafio da seleção brasileira rumo à Copa do Mundo de 2018. Superado esse obstáculo como uma incontestável goleada de 4 a 1, na última quinta-feira, a equipe agora se vê diante de um adversário bem mais modesto, o Paraguai, rival na próxima terça em São Paulo e que ocupa o sétimo lugar nas Eliminatórias. Nem por isso, porém, o time de Tite pensa que encontrar facilidade no confronto marcado para o estádio do Corinthians.
“Vai ser difícil, eles ainda têm chance de classificar à Copa. E vêm para complicar o jogo”, afirmou Philippe Coutinho, lembrando que o Paraguai venceu o Equador na última quinta, se mantendo vivo na luta por uma vaga na Copa da Rússia, diminuindo para três pontos a vantagem da quarta colocada Colômbia, que está ficando com a última vaga da América do Sul no torneio, e a dois do quinto Equador, posição que a levaria a participar de uma repescagem.
A expectativa da seleção e também do técnico Tite é de encontrar um adversário mais fechado, em uma tentativa de atrapalhar as ações ofensivas da equipe, também se aproveitando da experiência do técnico e ex-jogador Francisco Arce, com passagens marcantes pelo futebol brasileiro, por Grêmio e Palmeiras, e, portanto, bastante conhecedor do comportamento do torcedor que vai comparecer ao Itaquerão.
Para Coutinho, mais do que se preocupar com o poderio ou o estilo do adversário, a seleção deve impor seu estilo e padrão de jogo. “Temos que entrar focados do mesmo jeito. O treinador frisa sempre a questão do desempenho. Toda seleção vem para complicar nosso jogo”, alertou.
A incrível sequência de sete vitórias da seleção nas Eliminatórias também pode esconder o risco de a confiança e a euforia com esses resultados afetarem o desempenho e a concentração da equipe brasileira. O lateral-direito Fagner, que assumirá a titularidade diante do Paraguai com a suspensão de Daniel Alves, aponta o que o Brasil precisa fazer para que a empolgação não equipe o rendimento dentro de campo.
“O principal fator é a gente continuar tendo desempenho, manter nível excelente a cada jogo, buscar grandes atuações, independentemente do resultado. Se fizermos grandes jogos, a euforia fica de lado e a equipe fica no padrão bom”, disse o lateral.
Outro potencial risco para a seleção está na presença do artilheiro do Itaquerão, o paraguaio Romero, companheiro de Fagner no Corinthians e agora, ao menos na noite de terça, adversário em campo. “Com o Romero eu comentei de trocar a camisa depois do jogo. Mas nada de brincadeira por enquanto. Não sei o que ele pode aprontar nos próximos dias”, brincou Fágner.
No turno, o Brasil sofreu para arrancar a igualdade diante do Paraguai, no Defensores del Chaco, após estar perdendo por 2 a 0, graças aos gols de Ricardo Oliveira e Daniel Alves para a equipe então dirigida por Dunga. “Lá só empatamos no final. Vai ser um jogo muito intenso”, lembrou Coutinho.