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Após fim da suspensão da Fiba, Brasil joga sob pressão por vaga no basquete

Após um período de suspensão de 209 dias imposta pela Federação Internacional de Basquete (Fiba), o Brasil volta às competições neste domingo com o início da Copa América Feminina, em Buenos Aires, na Argentina. Com um treinador interino e um grupo formado às pressas, desfalcado das duas jogadoras que atuam na WNBA – Erika e Damiris -, a seleção brasileira precisa terminar entre os três primeiros para garantir vaga no Mundial de 2019, na Espanha, e pavimentar um caminho mais tranquilo de reconstrução do naipe no cenário mundial.

A estreia será diante da Venezuela, às 13h35 (de Brasília). O Brasil está no Grupo A, que, além das venezuelanas, conta com Argentina, Colômbia e Ilhas Virgens. Do outro lado estão o favorito Canadá, Cuba, Porto Rico, México e Paraguai. Apenas os dois primeiros avançam à semifinal. A decisão será no próximo domingo.

O período de preparação foi de apenas 24 dias. A CBB sofreu para contratar um treinador. Sem dinheiro – ainda não conseguiu receber o repasse do Comitê Olímpico do Brasil (COB) por causa de pendências na gestão anterior – foi necessário fechar com um treinador de maneira interina. A confirmação de Carlos Lima na função aconteceu em 7 de julho. O grupo se apresentou seis dias depois.

Os treinos também não puderam acontecer na Arena Concórdia, em Campinas (SP), local escolhido pela Confederação Brasileira de Basquete (CBB) para ser o centro de treinamento das seleções nos próximos dois anos. A entidade levou o grupo para Pindamonhangaba (SP) após fechar parcerias para arcar com hospedagem e alimentação das atletas.

“Aceleramos um pouco o processo por causa do pouco tempo, mas conseguimos aplicar o padrão que queríamos dar, com algumas variações”, explicou Carlos Lima. “Temos de defender bem e jogar em transição. A valorização da posse de bola será importante em alguns momentos. É desta maneira que estamos enxergando o jogo”.

O técnico não vê o grupo pressionado por causa da necessidade de garantir uma vaga no Mundial. Diferentemente do feminino, o torneio masculino, que começa no próximo dia 25, não vale classificação. E elogia o comprometimento das jogadoras. “Não estamos pressionados. É uma missão que nos foi dada. Estamos muito determinados, com o pensamento bastante positivo de representar o País e fazer o melhor”, afirmou. “A CBB está conseguindo dar tranquilidade para todos trabalharem”.

Apesar das dificuldades, o presidente da CBB, Guy Peixoto Jr., confia que o Brasil conseguirá atingir o objetivo. “A seleção fez uma preparação forte, com treinos e jogos, para buscar as metas estabelecidas nesta Copa América. Será uma competição duríssima, mas confio plenamente no trabalho do grupo porque sei da entrega e do comprometimento de todos que integram esta equipe, que tem uma base jovem e está iniciando um novo ciclo”.

A continuidade do trabalho depende do resultado. Não é garantido que Carlos Lima continue à frente da seleção depois da Copa América. Por isso, classificar para o Mundial é fundamental para que o treinador possa dar sequência no projeto para os Jogos Olímpicos de 2020.

Após amargar um período complicado nos últimos anos, em que recebeu pouca atenção da CBB e viu a sua importância ser diminuída no cenário mundial, o feminino está recebendo tanta atenção quanto o masculino. A mudança, segundo Kelly Santos, experiente pivô de 37 anos, já é perceptível. “A mensagem que o vice-presidente da CBB (Manoel Cid Lorenzo Costa Castro) nos passou, representando o presidente, era que iria lutar pela igualdade, que seria tudo igual. Ouvir isso é muito importante. A mentalidade mudou completamente. A mulher é mais sensível, precisa deste conforto”, afirmou.

“Infelizmente sentimos na pele o pouco investimento. O COB investiu dinheiro no masculino porque era quem tinha chance de medalha, influência da geração NBA. Agora acredito que será diferente”, disse Kelly.

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