Ainda que a chance de medalha se restrinja a não mais do que cinco atletas, o atletismo brasileiro deverá ter um número recorde de representantes nos Jogos Olímpicos do Rio. Faltando ainda quase dois meses para o fim do período de qualificação, que se encerra em 11 de julho, o Brasil já tem 61 vagas garantidas. O número final de atletas no Rio-2016 pode diminuir caso a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) opte por não convocar reservas para os revezamentos, mas não será menor do que 55. A Pequim, em 2008, o Brasil enviou 45 representantes.
No evento-teste realizado de sábado a segunda-feira no Engenhão, seis brasileiros obtiveram o índice olímpico pela primeira vez: Fabiana Moraes, Maila Machado (ambas nos 100m com barreiras), Kauiza Venancio (200m), Jailma de Lima (400m com barreiras), Lutimar Paes e Kleberson Davide (ambas nos 800m).
Por enquanto, só nove brasileiros estão garantidos no Rio-2016, já convocados, inclusive. Isso porque o período de obtenção de índices na maratona e na marcha atlética 50km (prova exclusivamente masculina) já se encerrou. Nas demais provas, a qualificação não é sinônimo de presença na Olimpíada.
Na prova feminina de 200m, por exemplo, Kauiza Venancio foi a quarta mulher brasileira a obter índice. Neste caso, a CBAt determinou que irá convocar a campeã do Troféu Brasil (de 30 de junho a 3 de julho) e as duas primeiras do ranking nacional de 2016, que por enquanto são Kauiza e Franciela Krasucki.
O curioso é que o índice feito por Kauiza pode ajudar a tirar Ana Cláudia Lemos da Olimpíada. Ana Cláudia tem a segunda melhor marca tanto nos 200m quanto nos 100m e seria convocada na hipótese de três atletas por prova terem índice. Com uma quarta velocista no grupo, passam a valer os resultados de 2016. Ana Cláudia está suspensa por doping e só volta em 2 de julho, no penúltimo dia do Troféu Brasil. Historicamente, a prova de 100m é realizada no primeiro dia e a de 200m no último. Nos 100m, Franciela, Rosângela e Ana Cláudia têm índice.
No masculino, são só dois velocistas com índice: Bruno Lins e Aldemir Gomes Júnior, ambos nos 200m. Eles devem compor o revezamento com os dois melhores dos 100m no Troféu Brasil e os dois primeiros do ranking nacional. Se sobrarem vagas, entram os melhores dos 200m na competição nacional.
Henderson Estefani e Jailma de Lima têm índice para os 400m com barreiras, mas também aparecem bem no ranking dos 400m rasos e devem ser convocados para o revezamento 4x400m, aparecendo apenas uma vez na contagem de 61 vagas olímpicas para o Brasil.