Criticado pelo presidente russo Vladimir Putin pela interferência direta nas investigações a respeito do escândalo de corrupção na Fifa, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos resolveu comprar outra briga com a Rússia. De acordo com reportagem do jornal The New York Times, o FBI vai investigar o suposto doping sistemático no esporte russo, que a cada dia mostra novas ramificações.
A reportagem afirma que o gabinete do procurador para o Distrito Leste de Nova York já está examinando oficiais do governo russo, atletas, técnicos, autoridades antidoping e “qualquer um que possa ter beneficiado injustamente um esquema de doping”. O jornal afirma que confirmou a informação com duas fontes não reveladas. Os investigadores acreditam que estão na cola de crimes fiscais.
No ano passado, o FBI tomou às rédeas da investigação sobre o esquema de corrupção da Fifa dentro da prerrogativa, autorizada por cortes federais americanas, de levar aos EUA casos de estrangeiros que tenham alguma conexão com os Estados Unidos. Especialmente se o dinheiro que movimenta o esquema passe por bancos norte-americanos.
O escândalo de doping na Rússia começou a aparecer no noticiário internacional a partir de um documentário de um canal de TV alemão que demonstrou como a federação nacional de atletismo e as autoridades antidoping encobriam casos positivos de doping. Um painel da Agência Mundial Antidoping (Wada) investigou o escândalo e sugeriu a suspensão da Rússia em eventos internacionais de atletismo. A punição foi imposta e segue em prática.
Desde então, o cenário não melhorou para a Rússia. A inclusão do Meldonium, um medicamento cardíaco, na lista de substâncias proibidas pelo código mundial antidoping expôs que centenas de atletas russos consumiam esse medicamento. Dezenas deles foram suspensos nos últimos meses, incluindo nomes de destaque como a tenista Sharapova e a nadadora Efimova.
Para piorar, o New York Times revelou na semana passada como as próprias autoridades antidoping da Rússia contribuíam com o esquema de doping sistemático e chegavam a trocar a urina testada durante os Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi, em 2014.