A intensa pressão sobre o presidente Roberto de Andrade tornou-se insustentável e nesta quinta-feira, o Corinthians confirmou a demissão do técnico Oswaldo de Oliveira. Os péssimos resultados neste retorno ao time que o projetou para o futebol e o turbulento momento político do clube foram determinantes para a dispensa do treinador, após somente dois meses de trabalho.

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Oswaldo tinha contrato com o Corinthians até o fim de 2017, mas sua demissão foi encaminhada em uma reunião entre a diretoria e o treinador, que durou quase três horas e foi realizada na última quarta-feira, em São Paulo. Além de Roberto de Andrade, participaram da reunião com Oswaldo o diretor de futebol Flávio Adauto e o gerente Alessandro Nunes.

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Com a turbulência nos bastidores e os pedidos cada vez mais fortes para que renuncie ao cargo, Roberto de Andrade viu na demissão de Oswaldo uma chance de apaziguar o clima. Ele era o principal defensor do treinador na alta cúpula corintiana e bancou praticamente sozinho sua contratação em outubro. O ex-presidente Andrés Sanchez e os seus aliados, como o ex-diretor Eduardo Ferreira, que se desligou da gestão de Roberto, foram contrários à contratação.

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Além da crise política, Oswaldo não conseguiu estabelecer um padrão tático e o time acumulou atuações ruins. Foi eliminado da Copa do Brasil pelo Cruzeiro e perdeu a vaga na Libertadores depois de derrota também para o time mineiro na última rodada do Brasileirão – terminou em sétimo lugar perdendo a disputa com Atlético-PR e Botafogo.

Em nove partidas sob o comando de Oswaldo, o Corinthians somou duas vitórias, quatro empates e três derrotas, com o péssimo aproveitamento de 37,07% dos pontos. É o pior aproveitamento entre os quatro treinadores que o Corinthians teve em 2016. Além dele, Tite, Cristóvão Borges e o auxiliar Fábio Carille exerceram a função nesta temporada.

Curiosamente, aliás, as duas únicas vitórias de Oswaldo no Corinthians foram diante de equipes que seriam rebaixadas no Campeonato Brasileiro: América-MG e Internacional. Foi também sob o comando do técnico que o time paulista caiu por 4 a 0 sobre o arquirrival São Paulo.

A diretoria corintiana ainda não se manifestou sobre o substituto de Oswaldo para 2017, mas ficou claro que a possibilidade de ele iniciar o trabalho desde o início do ano foi fundamental para a decisão da mudança. Com poucos nomes no mercado, Vanderlei Luxemburgo e Guto Ferreira estariam entre os discutidos pelos dirigentes do clube.