Após dois anos, Adriano volta a entrar em campo

A partida contra o The Strongest por si só já era um atrativo para a torcida. Afinal, era o retorno do Furacão à Libertadores após nove anos de ausência. No entanto, em muitos momentos parecia que o jogo estava em segundo plano, pela simples presença de Adriano em campo.

Quando o time rubro-negro subiu ao gramado para o aquecimento, os torcedores que já estavam na Vila Capanema foram à loucura quando viram o Imperador. Aos gritos de ‘Ah, é Adriano’, o jogador foi muito saudado. Alguns atleticanos se aglomeraram o mais próximo possível do atleta, pedindo um aceno ou um sinal de positivo. Quando Adriano retribuía, parecia que havia saído um gol do Atlético. Outros, mais otimistas, gritavam para que o Imperador mostre serviço para conquistar uma vaga na seleção brasileira na Copa do Mundo. ‘O Fred está machucado, não vai deixar o Alan Kardec ficar com essa vaga né, Imperador? Quem tem que ir para a Copa é você’, gritava um torcedor, que inclusive vestia a camisa da seleção da Copa de 2006, com o número 7 e o nome de Adriano nas costas.

Dentro do campo, Adriano era só sorrisos. Na famosa roda de bobinho no aquecimento, o atacante se divertia com os companheiros e se mostrava à vontade, apesar de ficar muito tempo no meio da roda e pouco correr atrás da bola. Na volta para o gramado, já com o uniforme do Atlético e se direcionando ao banco de reservas, o Imperador mais uma vez foi muito ovacionado pela torcida. Desta vez, ele retribuiu um pouco mais, acenando para os torcedores que estavam nas cadeiras sociais da Vila.

Quando saiu o primeiro gol do Furacão, Adriano vibrou muito, cumprimentando os companheiros no banco de reservas. Na saída para os vestiários no intervalo do jogo, o atacante novamente foi muito incentivado e acenou para as arquibancadas.

No segundo tempo, com cerca de 12 minutos, a torcida começou a pedir a entrada do Imperador. No entanto, o técnico Miguel Ángel Portugal optou em colocar logo em seguida Bruno Mendes e Mirabaje. Os apelos só foram atendidos aos 36, quando o treinador pediu para chamar Adriano e levantou a galera nas arquibancadas. A cada passo do jogador, até a entrada em campo, aos 40, ecoavam aplausos e gritos de ‘Ah, é Adriano’ ou ‘O Imperador voltou’. Quando o atleta pisou no gramado, a Vila veio abaixo.

O gol, porém, não saiu. Adriano pouco tocou na bola, teve algumas divididas, mas não teve tempo e nem espaço para trabalhar uma jogada ou até mesmo finalizar. Ainda assim, atraía, e muito, a atenção dos bolivianos, que não desgrudaram dele um momento sequer. Assim que o árbitro deu o apito final, Adriano foi para o meio-campo, onde foi abraçado e cumprimentado por todos os companheiros. Por fim, enquanto ia para os vestiários, foi mais uma vez saudado pela torcida.

Ao deixar o gramado, o atacante não escondeu a emoção por voltar a jogar quase dois anos depois. “Estou feliz e emocionado. Cheguei a pensar que não voltaria. Agradeço o apoio da minha família e dos meus filhos. É óbvio que não estou 100%, ainda estou fazendo fortalecimento e peço paciência de vocês. É muito bom poder disputar um campeonato forte, como a Libertadores”, disse ele, que ainda pensa em seleção brasileira e Copa do Mundo.

“Se eu falar que é impossível seleção, eu desisto. Trabalhando dia após dia, quem sabe? É difícil, mas não impossível”, afirmou o novo xodó atleticano.

Se depender do apoio que vem recebendo, o Imperador tem tudo para voltar realmente.

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