Uma ameaça de bomba levou ao esvaziamento da sede da Associação de Futebol Argentino (AFA), no centro de Buenos Aires, ao meio-dia desta segunda-feira. A saída às pressas do presidente destituído da instituição, Luis Segura, esquivando-se dos jornalistas enquanto quatro policiais faziam a revista de rotina no prédio, ilustra a paradoxal crise no futebol argentino.

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Embora o país seja o primeiro no ranking da Fifa, há 23 anos não conquista um título e seu principal jogador, Lionel Messi, disse que não joga mais pela seleção após errar um pênalti na derrota para o Chile na final da Copa América Centenário, na noite deste domingo, nos Estados Unidos. “Sempre falo com vocês, mas hoje não quero falar. Me respeitem”, disse Segura a repórteres na porta do edifício.

A remoção de Segura do cargo foi determinada na sexta-feira pela Fifa, que nomeou Damián Dupielle, secretário-geral da AFA, que não estava na disputa pela sucessão, como interino por um ano. A decisão da Fifa veio depois de o governo argentino colocar dois observadores para fiscalizar a administração da entidade e de adiar a eleição que deveria ocorrer na próxima quinta-feira.

O presidente da Argentina, Mauricio Macri, conversou com o da Fifa, Gianni Infantino, para certificar-se de que essa intervenção não prejudicaria a seleção e os clubes argentinos. Infantino mandou Diego Maradona para vigiar os últimos passos de Segura na associação, que na prática está sem comando.

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Segura foi acusado na semana passada pela autoridades argentinas de gestão fraudulenta dos recursos públicos que a AFA recebia pela transmissão na TV estatal do Campeonato Argentino. Ele deixou os EUA antes da final com o Chile, que disse não ter visto, para não se encontrar com os chefe da Fifa. Segura garante que ficará no cargo até quinta-feira, o que torna possível embora improvável uma desfiliação da instituição da Fifa.