A organização do Brasil Open cogita fazer mudanças na estrutura torneio em 2014. Quadras, bolinhas e ingressos, alvo das principais críticas de jogadores e público durante toda a semana, serão reavaliados nas próximas semanas. “A nossa intenção é melhorar, mudar e aprimorar tudo que gerou algum tipo de insatisfação”, afirma o gerente-geral da competição, Roberto Burigo.
Burigo revelou que poderá mudar a empresa que prepara as quadras de saibro e a fornecedora de bolinhas. “Tudo é possível”, diz o dirigente, que projeta uma possível numeração dos ingressos para evitar a confusão que aconteceu durante as duas finais disputadas neste domingo. Sem bilhete marcado, torcedores lotaram escadas e vias de acesso nas arquibancadas do Ginásio do Ibirapuera.
Antes da final de simples, entre Rafael Nadal e David Nalbandian, houve discussão entre torcedores e seguranças na tentativa de ocupar lugares reservados à imprensa. Após insistência, a organização liberou que parte da torcida lotasse quase todos os assentos marcados para os jornalistas que cobriam o evento.
“Com certeza, [vender ingressos marcados] é uma possibilidade. Vamos avaliar isso durante a semana”, diz Burigo, que garantiu não ter havido venda de bilhetes acima da capacidade do ginásio. “O que posso dizer é que não distribuímos mais ingressos do que a capacidade do ginásio. Mas houve em diversos pontos a questão da falsificação de ingressos que vamos avaliar. É prematuro dizer qualquer coisa agora”.
Alvo de diversas reclamações por parte dos jogadores, a quadra também poderá sofrer mudanças em 2014. Burigo, no entanto, defendeu a empresa responsável pela preparação do saibro, criticado por causa de “buracos” e desníveis na superfície.
“É a mesma que já prestou outros serviços para nós e já tem certa experiência e tempo no mercado. Mas desta vez as quadras não ficaram a contento dos jogadores. Com certeza vamos tentar fazer com que a quadra seja testada antes do torneio nos próximos anos”.
O gerente-geral do Brasil Open defendeu também a escolha da bolinha, criticada até por Nadal, principal estrela do torneio. O bicampeão do torneio disse durante a semana que a bola era de “má qualidade”. Técnico do tenista italiano Fabio Fognini, José Perlas afirmou que a bola parecia “de supermercado”.
“A bola foi a mesma utilizada no ATP Challenger Finals, quando foi jogada em uma quadra ainda mais rápida. A bola foi enviada para a ATP. Foi aprovada pela ITF [Federação Internacional de Tênis], porque a ATP não tem critério próprio para homologação de bolas”, argumenta Burigo, se referindo ao evento de nível Challenger, também organizado pela Koch Tavares.
“Não tem um critério muito específico para escolher a bola. O importante é que a gente cumpra as regras e as exigências. E foi cumprido”, diz. Durante esta semana, a Wilson, fornecedora das bolinhas, também saiu em defesa do seu material. E garantiu que a bola preenchia todos os requisitos exigidos pela ATP. No ano passado, a bolinha utilizada no Brasil Open foi fornecida pela Babolat.
Diante das críticas, Burigo diz não se preocupar com a “concorrência” do ATP 500 do Rio, que começará a ser disputado no próximo ano. A competição carioca será realizada uma semana antes do torneio paulistano. “O Brasil Open historicamente sempre teve nomes fortes e esse ano foi um dos mais fortes. E, com certeza, a atração que se tem por São Paulo não vai se perder”, declara o dirigente, que não cogita tirar o evento do Ginásio do Ibirapuera.
VAIAS – Logo após a final de simples, vencida por Nadal, Luis Felipe Tavares, presidente da Koch Tavares e dono dos direitos do Brasil Open, recebeu vaias do público quando entregou um dos troféus dos vencedores do dia. Tavares admitiu que fará uma avaliação do torneio nos próximos dias, mas se disse satisfeito com a competição.
“Todo mundo está de parabéns. Os patrocinadores estão todos contentes. A intenção é sempre melhorar. Vai ser difícil a gente se superar. Mas com certeza [as próximas edições] serão um sucesso”, afirmou, antes de considerar as críticas recebidas nesta semana. “Foi uma série de fatores que ainda estão sendo apurados. Vamos ver as causas. Mas o sucesso foi grande e isso fala mais alto”.