Lição aprendida?

Após briga em SC, torcida Os Fanáticos vive novo momento

No futebol paranaense, o recente episódio de selvageria entre torcedores do Atlético e do Vasco em Joinville, pela última rodada do Campeonato Brasileiro do ano passado, além da perda de nove mandos de campo do Furacão, tirou a torcida organizada Os Fanáticos de circulação por seis meses dos estádios do futebol brasileiro. Apesar de não ter registrado nenhuma ocorrência neste período com torcedores da facção organizada, o promotor de defesa do consumidor do Ministério Público do Paraná (MP-PR), Maximiliano Deliberador, frisou que só saberá se a pena imposta ao grupo será eficaz com o tempo.

“Só o tempo dirá se essa pena imposta à torcida foi eficaz ou não. Essa é a única medida que a lei nos dá e então nós usamos o que exatamente a legislação permite. Neste período de afastamento da Fanáticos, que durou até o dia 10 de junho, não tivemos nenhum registro e não instauramos nenhum descumprimento do TAC (Termo de Ajustamento de Conduta). Se tivesse acontecido teríamos tomado alguma atitude, mas nada foi registrado”, explicou o promotor.

Durante este período, apesar da punição administrativa imposta pelo Atlético de afastar os sócios que se envolveram na confusão, a facção organizada foi punida apenas materialmente, já que em partidas do Campeonato Paranaense, da Libertadores da América e do Campeonato Brasileiro, a Fanáticos não pôde entrar com instrumentos de percussão, camisas e bandeiras nos estádios. Deliberador frisou que o cadastramento dos torcedores seria uma forma eficaz de acabar com a violência nos estádios de futebol.

“A violência não é algo que se limita aos estádios, pois está presente no nosso dia a dia, em diversos setores. Por isso podemos tomar medidas para reduzir a violência. O cadastramento dos torcedores e o monitoramento mais próximo das torcidas pode ser uma ferramenta importante. Com isso, consegue-se identificar torcedor por torcedor e facilita o processo de exclusão daquele indivíduo que causou o problema. Esse torcedor tem que ter nome, foto e precisa ter a cara mostrada para a autoridade. Por isso o cadastramento é extremamente importante”, concluiu o promotor.

Coritiba

Em 2009, também pela última rodada do Campeonato Brasileiro, o rebaixamento do Coritiba depois do empate por 1×1 contra o Fluminense acarretou em uma das cenas de violência mais lamentáveis do futebol brasileiro. Depois de afastar a torcida organizada Império Alviverde do Couto Pereiro por algum tempo, o presidente coxa-branca, Vilson Ribeiro de Andrade, decidiu aliar-se novamente ao grupo e, atualmente, a relação, apesar de ser mais amistosa, é também de cobrança constante por partida da facção.

Paraná

Sem ter protagonizado nenhum episódio de violência mais grave até agora, a Fúria Independente, principal organizada do Paraná Clube, tem uma relação de cumplicidade com o Tricolor. Em outras temporadas, os mesmos integrantes da organizada chegaram a invadir treinamentos e a sala de imprensa da Vila Capanema para cobrar os dirigentes por melhores resultados. Diante da crise financeira que o clube atravessa nos últimos anos, a facção, que sempre recebeu ingressos da diretoria, chegou a patrocinar o time paranista em alguns jogos da Série B do ano passado e atualmente está mais atuante no dia a dia do clube.

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