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Após boas marcas, Felipe Lima e João Gomes miram pódios com confiança na Hungria

Dois dos 16 atletas do Brasil que estarão presentes nas disputas da natação do Mundial de Esportes Aquáticos, que serão iniciadas neste domingo, em Budapeste, Felipe Lima e João Gomes Júnior chegam para a importante competição como candidatos a faturar medalhas para o País, que no ano passado amargou uma Olimpíada na qual nenhum dos seus nadadores conquistou um único pódio no Rio de Janeiro.

Especialistas do nado peito, Felipe Lima e João Gomes Júnior desembarcaram na Hungria com resultados obtidos nesta temporada que os credenciam a almejar com confiança feitos expressivos nesta que será a primeira grande competição da natação neste ciclo olímpico que visa os Jogos de Tóquio-2020.

Ambos brilharam na edição passada do Troféu Maria Lenk, última seletiva para o Mundial, no Rio, em maio, quando João Gomes Júnior cravou o segundo melhor tempo do ano nos 50 metros peito ao cronometrar 26s83. Nesta temporada ele só está atrás do britânico Peaty Adam, que marcou 26s48 e no ano passado faturou o ouro olímpico nos 100 metros peito e foi o vencedor dos 50 e dos 100 metros do mesmo estilo no Mundial de Kazan, na Rússia, em 2015.

“Essa será a primeira competição de nível mundial com todos os atletas que vão estar nadando neste ciclo olímpico que vai até 2020. É uma competição importantíssima para a gente começar um ciclo bem. Seria de grande valia já começar este ciclo conquistando medalha”, projetou João Gomes Júnior, quinto colocado na final dos 100 metros peito no Rio-2016, em entrevista ao Estado por telefone na última quarta-feira, logo após um treino da seleção brasileira no CT da Federação Portuguesa de Natação, onde os nadadores do País realizaram o estágio final de preparação para o Mundial.

E agora o experiente nadador de 31 anos se vê disputando de igual para igual com todos os concorrentes na luta por medalhas no Mundial de Budapeste. “A prova dos 50 metros é uma caixinha de surpresas. Não dá pra ‘marcar’ um campeão antes da final. Os oito que entrarem na final têm chances reais de ganhar uma medalha. Posso quebrar o recorde mundial na eliminatória, chegar à final e não conseguir uma medalha. É uma prova em que você não pode errar”, ressaltou, para em seguida enfatizar o peso que a parte psicológica também pode ter para o sucesso ou para o fracasso nesta prova.

“Não dá para falar que tem favorito. Primeiro eu tenho de ganhar de mim mesmo. Estou feliz, que é o que mais importa. O fato determinante é você estar bem de cabeça. Se tiver de acontecer (a medalha), vai acontecer. Não crio muito mais do que isso de expectativa. A cabeça vai ser determinante. Estarei lá brigando pela vitória”, prometeu João Gomes Júnior, que diz estar na sua “melhor fase possível” e até hoje só ganhou medalhas em um Mundial de piscina curta, em 2014, quando ajudou o Brasil a levar três ouros nos revezamentos 4×50 metros medley, 4×100 metros medley e 4×50 metros medley misto.

FELIPE LIMA VOANDO – Medalhista de bronze nos 100 metros peito no Mundial de Barcelona, em 2013, Felipe Lima agora espera repetir ao menos um pódio em Budapeste e com isso coroar uma temporada na qual conquistou as melhores marcas pessoais de sua carreira nos 50 metros peito, de 27s00, e nos 100 metros do mesmo estilo (59s32), ambas cravadas no último Troféu Maria Lenk. Os tempos são “apenas” o sétimo melhor do ano em cada uma destas provas, mas ele não esconde o otimismo ao projetar um pódio, sendo que até esta temporada ele tinha os 27s11 cravados no Mundial de quatro anos atrás como a sua marca mais expressiva nos 50 metros peito.

“Eu tive neste ano duas quebras de recordes pessoais, nos 50 e nos 100 metros peito. Desde 2013 eu não conseguia melhorar meus tempos. A minha expectativa é a melhor possível neste Mundial e espero poder ficar entre os cinco melhores do mundo”, afirmou Felipe Lima, apostando também que a disputa pelo pódio é imprevisível nas provas do nado peito na Hungria, embora tenha lembrado que o grande nome dos 100 metros deste estilo hoje é Peaty Adam. “No Rio ele ganhou o ouro olímpico e bateu o recorde mundial nos 100 metros. Nadou pra 57s13 e é o único nadador do mundo que consegue nadar nesta casa de 57 segundos esta prova”, destacou.

Entretanto, em uma final, Felipe Lima aposta que tudo pode acontecer. “Em uma final não tem lugar marcado. Quem estiver tranquilo e com a técnica apurada, terá chance de brigar por medalha. Estamos falando de Campeonato Mundial, no qual todos os atletas estão preparados, e com certeza os oito melhores tempos estarão brigando por medalha. Tem muita gente nadando forte e até mais forte nesta pré-temporada do que na Olimpíada do ano passado”, enfatizou. “A expectativa é a de que este Mundial seja o mais forte de todos os tempos”, previu.

E Felipe Lima assegura que o fato de chegar ao Mundial após ter quebrado suas melhores marcas pessoais não coloca mais pressão sobre ele na luta por medalhas. “Chego neste meu quinto Mundial de piscina longa após ter competido o primeiro em Melbourne, na Austrália, em 2007. E de lá para cá vim em uma evolução muito boa. Meu Mundial em Barcelona provou isso. Chego neste Mundial como cheguei para qualquer outro. A pressão é como a que sentia em meu primeiro Mundial de piscina curta (em 2006, em Xangai). Fazendo os meus melhores tempos, vai vir sim um grande resultado para o Brasil”, afirmou.

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