O Bom Senso FC se manifestou na noite desta sexta-feira e descartou a possibilidade de comandar uma greve dos jogadores na próxima rodada do Campeonato Brasileiro. O grupo havia ameaçado paralisar a competição por conta da situação do Náutico, onde os jogadores estão sem receber salários, mas voltou atrás com o anúncio da diretoria do clube pernambucano de que um acordo com os atletas foi estabelecido.
“Após reunião realizada na tarde desta sexta-feira, a direção do Clube Náutico Capibaripe entrou em acordo com o grupo de atletas e se comprometeu a realizar o pagamento dos atrasados até o dia 9 de dezembro de 2013”, apontou o grupo em comunicado. “Depois de contatos com atletas do Náutico e buscando não prejudicar o andamento da competição, ficou definido que não haverá greve nesta rodada do Campeonato Brasileiro da Série A, mas seguiremos com as manifestações até atingir os objetivos do grupo.”
Na quinta-feira, o volante Martinez liderou os demais jogadores do Náutico numa entrevista coletiva para cobrar o pagamento dos salários atrasados e reclamar publicamente da postura do clube diante do problema. Ele chegou a dizer que o time admitia até mesmo a possibilidade de não entrar em campo no domingo, contra o Vasco, pela penúltima rodada do Brasileirão.
Diante disso, o Bom Senso, movimento que reúne cerca de mil jogadores e vem lutando por melhores condições de trabalho no futebol brasileiro, avisou que era solidário ao problema enfrentado pelos atletas do Náutico e cobrou uma solução. O grupo chegou a prometer paralisar o Campeonato Brasileiro “imediatamente” caso a situação não fosse resolvida.
Mesmo com o acordo divulgado pelo Náutico, o grupo alertou os clubes para que atrasos não voltem a acontecer e apontou que o episódio é mais uma prova da necessidade de implantação do fair play financeiro no futebol brasileiro. “Este caso deixa evidente a urgência de implementação do fair play fiscal e trabalhista defendido pelos atletas. Estamos atuando com bom senso, respeitando o futebol e o torcedor brasileiro e
esperamos que as entidades que regem o futebol no País assumam suas responsabilidades e tenham coragem de propor aquilo que é necessário para regular e equilibrar o mercado.”