Seul (AE) – Adesastrosa, e “estranha”, atuação do trio de arbitragem comandado pelo egípcio Gamal Ghandour na partida entre Coréia do Sul e Espanha, sábado, teve ontem as primeiras conseqüências. Um dos vice-presidentes da Fifa e membro do Comitê de Arbitragem, o espanhol Ángel María Villar, pediu demissão do cargo. A gota d’água foi a eliminação da seleção de seu país, que jogou melhor que o rival, mas foi muito prejudicada no confronto das quartas-de-final. Villar é, também, o presidente da Federação Espanhola de Futebol.

Ghandour, que era um dos cotados – embora não favorito – para apitar a disputa do terceiro lugar ou mesmo a final, já foi mandado embora para seu país.

Villar se reunirá nos próximos dias com o presidente da Fifa, o suíço Joseph Blatter, para explicar oficialmente os motivos de sua saída. Disse, a pessoas próximas, ter considerado “anormal” o desempenho do egípcio. E Blatter confirmou o que um representante da Fifa havia afirmado, no sábado, à Agencia Estado. Estranhou o que aconteceu na partida de Gwangju. “O que testemunhei nos últimos jogos, especialmente nos da Coréia do Sul, tenho dificuldade de entender.”

Embora não afirmem publicamente, dirigentes da Fifa deverão chamar, após o fim do evento, Gamal Ghandour para explicar o que houve no jogo entre Espanha e Coréia do Sul. Apesar de ter anulado dois gols legítimos dos europeus, o que mais intriga é o fato de não ter permitido a cobrança de um escanteio para a Espanha quando ainda faltavam 13 segundos para o fim da prorrogação.

Em comunicado oficial, ontem, o porta-voz da Fifa no Mundial, Keith Cooper, preferiu minimizar o problema que vem levantando suspeitas – e diminuir a repercussão negativa na imprensa mundial. Na Coréia, o assunto principal entre os jornalistas continua sendo a arbitragem de sábado. “Não há conspiração para ajudar a Coréia do Sul”, declarou Cooper. Hoje ele dará entrevista coletiva.

Para os torcedores, os jogadores e os meios de comunicação de diversos países europeus, a Copa perdeu a credibilidade.

A imprensa coreana, no entanto, ignora completamente o fato. Os canais de televisão exibem durante toda a programação imagens da classificação da seleção asiática, mas em nenhum momento mostram os gols legais marcados pelos espanhóis nem citam as falhas da arbitragem. “Não agüento mais falar nisso”, esbravejou o técnico da Coréia, Guus Hiddink.

Para as partidas semifinais, o Comitê de Arbitragem da Fifa escolheu dois juízes europeus bastante experientes. O dinamarquês Kim Nielsen comandará Brasil x Turquia e o suíço Urs Meier apitará Coréia x Alemanha. Curioso é que Meier já atuou num jogo da Coréia, na primeira fase, contra os Estados Unidos. Os americanos reclamaram de algumas marcações, mas Meier é muito respeitado no meio.

Cruyff critic aa Seleção Brasileira

Lancepress!

O ex-craque holandês Johann Cruyff acredita que o futebol perderá se o Brasil for campeão da Copa. Cruyff escreveu em sua coluna no jornal britânico “The Sunday Times” que o estilo de jogo da equipe brasileira é muito pragmático.

– Eu não vou comemorar se o Brasil ganhar – revelou.

O holandês aproveitou para criticar o nível da Copa como um todo:

– Muitos times se preocuparam demais com a parte física e esqueceram da técnica – reclamou ele, que contesta também o grande número de jogos que alguns atletas fazem durante a temporada

– Muitos grandes nomes deixaram a Copa sem ter uma boa participação porque estão exaustos, depois de jogarem até 80 partidas. São muitos jogos.

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