Pau Gasol colocou em dúvida sua participação nos Jogos Olímpicos do Rio, alegando temor de ser contaminado pelo vírus da zika. Mesmo assim, o astro do Chicago Bulls está presente na lista de convocados do técnico Sergio Scariolo para a seleção espanhola de basquete.
A lista inicial do treinador italiano contém 24 nomes, dos quais apenas 12 estarão nos Jogos Olímpicos do Rio. Entre os convocados estão o armador José Manuel Calderón (New York Knicks), o ala-pivô Nikola Mirotic (Chicago Bulls) e os pivôs Marc Gasol
(Memphis Grizzlies) e Serge Ibaka, que disputa a final da NBA com o Oklahoma City Thunder.
No domingo, Pau Gasol publicou um forte artigo contra os organizadores dos Jogos Olímpicos do Rio. Um depois, na última segunda-feira, ele concedeu entrevista coletiva e foi novamente duro ao afirmar que pode não vir ao Rio-2016 pelo temor de contágio pelo vírus da zika.
“Eu estou considerando (não vir ao Rio), como qualquer outra pessoa. Creio que este é um assunto importante o suficiente para considerarmos”, afirmou o jogador, presente a um evento de um patrocinador. “Tampouco se fala da dengue, cuja incidência aumentou 300% este ano”, reforçou.
No artigo, escreveu que “o zika é realmente uma ameaça muito mais séria que acreditamos. A Olimpíada é o evento mais importante para qualquer atleta. Não estar presente seria devastador para um esportista de alto nível que dedicou sua vida a esses minutos e inclusive a segundos de competição. Mas com a saúde não se joga, e não falo apenas da saúde dos atletas, mas também dos torcedores, das famílias que iriam apoiar os atletas, das famílias para as quais eles voltarão uma vez terminada a competição, dos futuros filhos e filha.”
Gasol desafiou os organizadores do Rio-2016 a responderem se “todas as medidas que garantem a saúde” estão sendo tomadas ou se estão se sobrepondo os “interesses econômicos sobre a saúde milhões de pessoas pelo mundo?”.
“Esta Olimpíada, a primeira a ocorrer na América do Sul, pode ser realmente inesquecível. Mas corremos o risco de que seja pelos motivos equivocados”, alertou. “Temos de tomar decisões e medidas para que o sonho olímpico não se converta em um pesadelo sanitário”, apontou.