A vitória por 2 a 0 sobre o Rio Branco, em Paranaguá, no sábado deixou o domingo de Carnaval dos paranistas bem mais tranqüilo. Os jogadores ganharam folga e aproveitaram para curtir o descanso, deixando os celulares desligados, mas hoje já voltam ao trabalho, no período da tarde, na Vila Capanema. O próximo compromisso do Tricolor é contra a Adap, quarta-feira, em Campo Mourão.
Ontem, em entrevista à Tribuna, o presidente tricolor, José Carlos de Miranda, mostrou-se aliviado com a vitória expressiva, mas alerta que o time tem que seguir no mesmo ritmo. "Pela situação em que estávamos, foi muito bom ter um resultado desses, ainda mais jogando na Estradinha. Mas o ritmo tem que ser mantido", disse.
Sobre a pressão da torcida, Miranda mantém o discurso de que o descontentamento é específico. "Quem estava agitando era a Fúria Independente. É algo direcionado à diretoria, não necessariamente aos maus resultados em campo. Eles querem alguns benefícios e ficam na pressão."
No lado da Fúria, a versão é confirmada, mas o presidente da torcida organizada, Márcio Silvestre, tem os argumentos. "Na verdade, o que queremos é um time competitivo e que a diretoria cumpra as promessas que fez quando assumiu. Falamos da parte estrutural. Onde está o prometido Centro de Treinamentos? Eles pararam no tempo."
Os últimos anos de insucessos nos campeonatos paranaenses e brasileiros, com o Paraná sempre brigando para não ser rebaixado, deixaram os torcedores com orgulho ferido. "Tem sido a mesma coisa há anos. Monta-se um time, que luta pra não cair. Aí, quando acaba o campeonato, os melhores jogadores se vão por propostas melhores, que o Paraná nunca consegue cobrir. Então, tudo tem que ser recomeçado", justifica Silvestre.
Entretanto, independente do descontentamento com as rédeas do clube, Silvestre garante que a Fúria vai continuar apoiando o time. "Não fomos a Paranaguá por ser feriado e a maioria dos associados estar viajando. Mas vamos continuar empurrando o time e certamente cobrando bons resultados." Pelo menos por ora, o time deu mostras de reação.
Tricolor desencanta no litoral
O Paraná Clube volta a respirar no campeonato paranaense. Depois de uma semana conturbada, pela derrota em casa diante do Cianorte (0x1), no domingo passado, o time iniciou o Carnaval fazendo a festa no litoral. Sábado, no Estádio Nelson Medrado Dias, em Paranaguá, o Tricolor venceu o Rio Branco por 2 a 0, assumiu a quinta posição na tabela do grupo A, somando 7 pontos e ficando à frente do Rio Branco nos critérios de desempate.
Mas não foi fácil. O Paraná começou sofrendo sufoco do Rio Branco, que teve, pelo menos, duas boas oportunidades de abrir o placar no início do jogo. Primeiro com Erminho, que finalizou e Fernando Lombardi salvou. Depois, foi Edmar, que recebeu de Erminho e mandou para fora.
Com o apoio da torcida, o time de Val de Mello mostrou mais vontade, montando uma blitz atrás da outra, e dominando as ações. Com o Rio Branco utilizando muito a faixa da esquerda do ataque, as coisas ficaram feias pro Tricolor, que sofria para se safar do afã do ataque do Leão, que voltou à Estradinha -foi o primeiro jogo do Rio Branco em seu estádio original, pois o time do litoral estava mandando seus jogos no Estádio do Gigante do Itiberê.
Depois do início, porém, o Paraná soube equilibrar as ações. Criou chances perigosas também, mas tanto o time da casa quanto o Tricolor não fizeram o dever de casa, e embora tenham criado muitas chances, não foram competentes para marcar.
No segundo tempo, o Rio Branco novamente entrou afoito e criando chances. Pior ainda pro Tricolor quando Fernando Lombardi foi expulso aos 7?. Mesmo com um a menos, o Paraná conseguiu se superar.
E foi através da raça e superação de seus jogadores, que o Tricolor alcançou a vitória. Em desvantagem numérica, foi em um contra-ataque rápido com a participação de Renaldo, que Beto abriu o caminho da vitória. Ele recebeu na grande área, invadiu e fuzilou no canto superior esquerdo, acertando o ângulo de Márcio Vieira, que nada pôde fazer.
Logo depois, em outro contra-ataque, Marlon recebeu lançamento de Goiano, entrou na área em velocidade e marcou o segundo, na saída de Vieira.
O Rio Branco sentiu o golpe e, embora tenha criado chances, não teve competência para reverter o resultado. O time da casa teve mais duas ótimas oportunidades, que pararam nas mãos salvadoras de Flávio. Por outro lado, os contra-ataques que teve, deixaram o Paraná mais próximo do terceiro gol, mas tanto Marlon, quanto Wellington Paulista, que entrou na vaga de Renaldo, não foram objetivos suficientes, assim como Hideo, que perdeu a melhor chance do Tricolor fechar o placar em 3 a 0. No final, o Paraná conseguiu comemorar a segunda vitória na temporada.
