A Federação Paulista de Futebol (FPF) definiu nesta sexta-feira que Guilherme Ceretta de Lima será o árbitro do segundo jogo da final do Campeonato Paulista, depois que Rodrigo Braghetto foi afastado. Sorteado na quarta-feira, Braghetto foi retirado da partida de domingo, entre Santos e Corinthians, por prestar serviços ao clube do Parque São Jorge.
Apesar da decisão da entidade, o presidente da Comissão de Arbitragem da FPF, Coronel Marinho, disse que confia na “credibilidade” de Braghetto. “Não coloco dúvida sobre a credibilidade dele. Não existe nada no passado. Não há desconfiança nem do Braghetto ou de outro árbitro. Todos são honestos. Ele está saindo desse jogo, mas poderia apitar qualquer outro jogo.”
Marinho ainda revelou que tinha conhecimento da Apto Esportes, empresa administrada pelo árbitro, mas que não sabia da prestação de serviços ao Corinthians, apesar de todos os juízes serem obrigados a informar suas atividades segundo o regulamento da FPF. “Eu sabia que ele tinha uma empresa, mas não sabia para quem ele trabalhava”, apontou. “Não vou botar um detetive atrás de cada um dos 150 árbitros que tenho no quadro.”
Esta confusão culminou na aposentadoria de Braghetto. Ele anunciou nesta sexta-feira que resolveu encerrar a sua carreira profissional, além de acusar que os árbitros no Brasil são “abnegados” e têm condições “sub-humanas” de trabalho.
A decisão não pareceu ter sensibilizado Marinho. “Ele é bem grandinho e sabe o que tem que fazer. Ele já tinha outros planos e só antecipou seus objetivos”, disse, antes de negar qualquer punição a Braghetto. “Sair de um jogo final já é a maior punição que um juiz pode receber.”
A troca de árbitros, no entanto, não representará nenhuma perda de qualidade, de acordo com Coronel Marinho. Ele garantiu que Guilherme Ceretta de Lima está bem preparado e não vai se sentir pressionado por substituir Braghetto na decisão.