A vitória sobre o Sport, no sábado, assegurou ao Paraná Clube a vice-liderança do Brasileirão, com 66,67% de aproveitamento. A boa colocação, no entanto, não resultará numa semana de absoluta serenidade para a comissão técnica tricolor. Pelo menos é o que imagina Pintado. ?Serão dias de tranqüilidade. Para mim e para os controladores de vôos do Brasil?, ironizou o treinador, logo após o jogo.
O magro 1×0 frustrou àqueles que imaginavam um grande desempenho da equipe, pela primeira vez montada num ofensivo 4-4-2. O quarteto de frente encontrou muita dificuldade para penetrar na defesa adversária e por pouco o Tricolor deixou escapar pontos importantes em seus domínios. Não que os problemas fossem inesperados. Durante a semana passada, o próprio Pintado admitiu que seu time correria riscos diante dessa opção tática.
Na prática, o Paraná fez o único gol do jogo de uma forma completamente inesperada. As tabelas pouco fluíram muito por conta do irregular gramado da Vila Capanema e a vitória acabou sustentada por um lance de bola parada, no qual o volante Beto surgiu como elemento-surpresa para marcar de cabeça. Durante toda a fase complementar, o Tricolor tentou encaixar um contragolpe, mas em vão.
O treinador preferiu elogiar a superação dos jogadores, em especial de Vinícius Pacheco, que fugiu às suas características para ajudar a marcação no meio-de-campo.
Pintado reconhece que neste Brasileirão é mais fácil jogar no erro do adversário. Ainda mais diante da característica do Paraná, que possui muitos jogadores de velocidade, projetados para atuar no contra-ataque. Fica evidente, a cada rodada, a ausência de um meia-armador no time, capaz de cadenciar o jogo e organizar a transição da defesa para o ataque. Diante disso, Pintado promete muito trabalho durante a semana, na busca pela formação ideal para o clássico do próximo sábado.
Frente ao Atlético na Vila Capanema, às 18h10, o Paraná não contará com Beto e Éverton, suspensos pelo terceiro cartão amarelo. Pintado ainda dependerá do departamento médico para saber se poderá escalar Daniel Marques e Adriano. Outra novidade poderá ser o recém-contratado Nem, que encerrou um período de treinamentos físicos específicos e já deve iniciar os trabalhos com o grupo a partir desta tarde.
Zaga passa em branco de novo e rouba a cena na Vila
As atenções dos mais de onze mil paranistas que estiveram na Vila Capanema, sábado, foram para o ataque. Porém, o destaque foi mais uma vez a eficiência da zaga. Mesmo sem o líbero, até então utilizado em todos os jogos, o sistema de marcação não deu chances ao Sport e o Paraná Clube completou seu terceiro jogo sem sofrer gols neste Brasileiro. O segundo consecutivo.
Neguete e Luís Henrique tiveram uma boa sintonia e sem qualquer cerimônia, chutaram para onde apontava o nariz em momentos críticos.
?O gramado é irregular. Então, não dá para vacilar.
É melhor dar um chutão a permitir que o adversário chegue com perigo?, disse Neguete. Para o zagueiro, o importante foi a forma como o time conseguiu se superar e a atuação equilibrada com poucos dias de treinamento no novo sistema tático.
?Os laterais ajudaram muito e com isso acertamos a sobra sem dificuldades?, comentou Luís Henrique. Mesmo diante de um ataque que tinha a velocidade de Carlinhos Bala e o oportunismo de Weldon. ?Sabíamos que não seria fácil. Mas, a união do grupo foi decisiva para a gente superar mais esse obstáculo?, analisou Neguete. O Tricolor tem, numa seqüência de quatro jogos, mais três partidas em casa e a meta é aproveitamento máximo, para brigar pela ponta da tabela.
?Num campeonato tão disputado, vencer é o mais importante. Se foi de 1×0, pouco importa?, disse o capitão Beto.
?É claro que o torcedor vem ao estádio acreditando em espetáculo. Mas superamos as dificuldades e o mais importante foram os três pontos?, disse o lateral Márcio Careca. ?Agora, é descansar e treinar forte para encarar o Atlético?, finalizou.