O Atlético assumiu ontem a liderança do grupo A do Campeonato Paranaense com a vitória sobre o Rio Branco por 3 a 2. No laboratório promovido pelo técnico Lothar Matthäus, o Rubro-Negro demorou a dobrar o Leão da Estradinha e só conseguiu os três pontos quando estava com um jogador a mais em campo. Com o resultado, além da ponta da tabela, o Furacão elevou para 23 o número de jogos sem perder na Kyocera Arena. O próximo compromisso é o Nacional, domingo, em Rolândia.
Na disputa pela liderança, o que menos o Atlético teve foi facilidades diante do Rio Branco. Modificado pela suspensão de Ferreira e pelo experimentalismo de Matthäus, o Rubro-Negro deixou a torcida com o coração na mão. Pudera. Simão, Pezzolano, Dagoberto e Cléo estavam em campo juntos pela primeira vez. Melhor para o Leão da Estradinha, que entrou em campo para segurar o ímpeto do Furacão e se beneficiou com a arbitragem do enrolado Marcos Daniel de Camargo, que parava o jogo a toda hora e não respeitava a lei da vantagem.
A torcida foi se enervando e vendo as poucas jogadas de ataque não resultarem em nada. Até o zagueiro artilheiro Rodrigo desviar uma bola de cabeça e abrir o placar pro Rio Branco. Paciente, a torcida empurrou o time para o empate e a virada veio com Michel Bastos após passe genial de Dagoberto e com Paulo André desviando bola cruzada da direita. Parecia que as coisas entrariam nos eixos e o poderoso Atlético dominaria a partida. Não. O Leão teve forças e o carrossel de Itamar Bernardes foi girando até conseguiu igualar tudo com Amaral Rosa desviando uma bola vinda da esquerda.
Novamente, restou ao craque do time o poder de desequilibrar. Aos 12 do segundo tempo, Dagoberto sofreu falta grosseira de Cleomir, que foi expulso. Com a vantagem em termos numéricos, o alemão trocou o regular Pezzolano pelo explosivo Dênis Marques. O poder ofensivo aumentou, mas só o poder. As jogadas
de ataque foram rareando até a torcida voltar a se manifestar e pedir mais ?raça?. A pressão aumentou e o Leão tratou de se defender.
O sempre atuante Dagoberto mandou uma bola na trave, mas a vitória só veio mesmo no abafa. Após cobrança de escanteio, Paulo André cabeceou no chão.
O goleiro Vílson salvou a primeira vez, mas Rodrigão conseguiu tocar a bola para o gol e garantir a vitória. Daí em diante, o time apenas cozinhou os parnanguaras para garantir a liderança do grupo. Mesmo com a derrota, os cerca de 200 torcedores riobranquistas aplaudiram o time.
Matthäus vai trabalhar a cabeça do elenco
O técnico Lothar Matthäus gostou mais da vitória sobre o Rio Branco por 3 a 2 do que do desempenho da equipe. De acordo com ele, os trancos e barrancos da primeira fase deixaram o time abalado psicologicamente e será preciso trabalhar mais a cabeça daqui para frente. Para a próxima partida, ele não poderá contar com o lateral-esquerdo Michel Bastos e o volante Alan Bahia, ambos suspensos, mas terá a volta de Ferreira, que pagou a punição pelos três amarelos. Essas mudanças ajudam o treinador, que gosta de fazer muitas experiências de uma partida para outra.
?Nós precisamos ser mais conscientes. Ainda somos uma equipe jovem e um pouco inexperiente?, analisou o treinador. O alemão acredita que, em algumas situações, está faltando mais tranqüilidade na definição das jogadas. ?Nos meus treinamentos, alguns módulos serão incluídos para reforçar a estrutura psicológica dos jogadores?, revelou. Para ele, a primeira fase ruim atrasou a chegada da confiança que o time precisa para deslanchar.
De qualquer forma, ele garante que a equipe mereceu a vitória, apesar das dificuldades. ?Fomos muito mais participativos e agressivos. Mesmo que as coisas ainda não estejam como eu gostaria, ainda é cedo para eu cobrar alguma coisa em apenas uma semana?, disse. Segundo Matthäus, a equipe poderia ter marcado até seis gols, mas faltou sorte para Dagoberto transformar as oportunidades em bola na rede.
Hoje à tarde, a equipe volta a trabalhar no CT do Caju. Quem começou a partida contra o Leão faz um trabalho regenerativo, enquanto os demais trabalham técnica e taticamente. Sem poder contar com Michel Bastos, a tendência natural é de que Moreno entre na equipe. Para o lugar de Alan Bahia, Bruno Lança ou Erandir podem ser as opções. Se Erandir for usado, João Leonardo, Juninho e até mesmo Bruno disputam um lugar na zaga.
CAMPEONATO PARANAENSE
Grupo A 1a. Fase 9a. Rodada
Local: Kyocera Arena
Árbitro: Marcos Daniel de Camargo
Assistentes: José Carlos Dias Passos e Frederika Marianne de Jager
Gol: Rodrigo aos 18, Michel Bastos aos 20, Paulo André aos 26 e Amaral Rosa aos 29 do 1o. tempo; Rodrigão aos 40 do 2.º tempo
Cartão amarelo: Doriva, Michel Bastos, Simão, Pezzolano, Gian, Rodrigo, Neizinho, Alan Bahia
Expulsão: Cleomir
Renda: R$ 111.960,00
Público pagante: 7.507
Público total: 9.028
Atlético 3 x 2 Rio Branco
Atlético
Cléber; Erandir, Paulo André e Danilo; Jancarlos, Alan Bahia, Simão (Cléverson), Pezzolano (Dênis Marques) e Michel Bastos; Dagoberto e Cléo (Rodrigão). Técnico: Lothar Matthäus
Rio Branco
Vilson; Amaral Rosa, Rodrigo e Júlio César; Baiano, Fábio Garcia, Gian (Márcio), Doriva e Cleomir; Neiznho (Clênio) e Ratinho (Ramon). Técnico: Itamar Bernardes