Apelidos invadem os gramados e fazem a alegria da galera

Alguns jogadores utilizam nome e sobrenome para jogar, geralmente quando existe algum xará no time. O zagueiro Reginaldo Nascimento, por exemplo, ficou conhecido assim devido à presença do lateral-direito Reginaldo Araújo no time. Quando o lateral deixou o Coxa, o Nascimento continuou e o hoje o diferencia de outro Reginaldo – o Vital.

Entretanto, diferente dos atletas que se utilizam de seus nomes verdadeiros, alguns ficam conhecidos por apelidos que pouco – ou nada – têm a ver com os nomes originais. E, na maioria das vezes, os jogadores os carregam desde a infância.

Quando no início do ano estourou o caso do BID do Coritiba, que poderia tirar seis pontos do Alviverde por suposta utilização irregular de um atleta, veio à tona o atleta Carlos Eduardo Soares. Sem dar uma olhadinha na ficha técnica, poucos saberiam que Carlos é, na verdade, o popular Ataliba. A alcunha está relacionada a outro jogador, o ponta-direita Ataliba, que fez sucesso no Corinthians nos anos 80. “Quando tinha oito anos e comecei a jogar, atuava na ponta-direita e tinha algumas semelhanças com o estilo dele. Para completar, o treinador me achava fisicamente parecido com ele. Só não sou gago”, recorda-se rindo, revelando a característica do colega de profissão. Depois que o apelido pegou, não teve mais jeito. “Assumi e acabei ficando conhecido assim”.

Outro que acabou ganhando um apelido em função de outro jogador, já famoso, foi o zagueiro do Paraná Clube, Gélson Baresi. O “Baresi” de seu nome não é próprio, mas sim referência a um dos mais completos zagueiros do futebol italiano: Franco Baresi, capitão da Azurra nas décadas de 80 e 90.

“Nós jogávamos nos juniores no Flamengo no 3-5-2 e eu era o líbero, como o Baresi na Itália. Daí o supervisor Jairo dos Santos começou a me chamar de Baresi”, explica o beque. Quando Baresi subiu para o profissional, os dirigentes do Mengo tentaram deixar apenas Gélson para evitar comparações, mas já era tarde. “Apelido pega rápido. Até a torcida já me conhecia assim e não conseguiram mudar.”

Neném

O meia Pingo, do Atlético, traz seu apelido desde pequenino e não deixa de revelar uma história curiosa. Quando era criança, gostava muito de usar chupeta e o fez até os quatro anos. Com o hábito pueril, ele costumava deixar escorrer uma babinha, que ficava pendurada no queixo. “Meu tio, Luiz Cláudio, achava aquilo curioso e começou a falar: Olha o pingo! Acabou pegando o apelido. A chupeta eu joguei no telhado, mas o apelido ficou”, diz aos risos.

O atacante Alemão, do Coritiba, que de alemão não tem decididamente nada, já que é moreno, também traz o apelido da infância. Segundo a assessoria do clube, ele jura de pés juntos que quando era pequeno tinha os cabelos loiros. O caso é que a alcunha ficou. “Meu tio disse que se eu mantivesse esse apelido iria fazer muito sucesso no futebol”, diz.

Embora a maioria dos jogadores tenha uma justificativa da origem do apelido, alguns não têm idéia de onde surgiram. É o caso dos coxas-brancas Tuta e Pepo, Moacir Bastos e Ivo Ricardo de Sá, respectivamente. Os dois garantem que são chamados assim desde muito pequenos. “Minha avó começou com isso e pegou”, diz Pepo. Já Tuta recebeu o curioso apelido do pai. “Logo toda a minha família estava me chamando assim e em seguida os amigos de pelada. Aí, pegou”, diz o artilheiro.

O Pitbull do Delegado

O Grêmio tem em Cláudio Pitbull a sua principal arma. De jogador renegado, ele passou a ser o craque da equipe gaúcha, e grande esperança para o Tricolor dos Pampas sair da zona de rebaixamento. E o atacante vai reencontrar Antônio Lopes no jogo de hoje. Foi o Delegado quem o lançou entre os profissionais. E mais: Cláudio só virou Pitbull por causa do técnico do Coritiba.

“Quando eu cheguei no Grêmio, vi o Cláudio no time júnior. E ele já era um atacante de muita força, de arranque e velocidade. Para mim, ele já parecia um pitbull. Comecei a chamá-lo assim e pegou”, conta Lopes, hoje admirador do atacante. “Ele conseguiu evoluir muito, e agora também é cobrador de faltas. Precisamos ter muita atenção com ele”, afirma.

E a linhagem “canina” dos apelidos de Lopes deve prosseguir. O volante Márcio Egídio, que deve ficar entre os reservas na partida desta noite, também era chamado de “pitbull”, mas vai mudar de ‘raça’ logo. “Vou trocar. Agora o Egídio está mais para rottweiler”, diz o treinador coxa.

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