O reforço por quem a torcida do Palmeiras lotou o aeroporto de Guarulhos para fazer festa na chegada ao clube virou coadjuvante, seis meses depois. Miguel Borja deve começar o segundo turno do Campeonato Brasileiro, neste domingo, às 16 horas, contra o Vasco, em Volta Redonda, no banco de reservas à espera de uma nova oportunidade para construir semestres à altura dos que viveu em 2016.
O colombiano veio do Atlético Nacional por R$ 33 milhões, a contratação mais cara do futebol brasileiro no ano. Embora tenha marcado gol nos dois primeiros jogos, o atacante passou a viver períodos de baixa. Na quarta-feira, enquanto o Palmeiras era eliminado na Copa Libertadores pelo Barcelona, do Equador, Borja sequer entrou e viu o jogo inteiro do banco de reservas.
Dias antes, o colombiano entrou em campo contra o Atlético-PR, no Allianz Parque, e acabou xingado por parte da torcida. Borja soma dez partidas e quase dois meses sem marcar.
Dentro do clube a explicação para a demora do atacante em render se resume em adaptação. Os técnicos Eduardo Baptista e Cuca veem nele a dificuldade em entender o estilo de jogo brasileiro, mais intenso do que na Colômbia. Para tentar melhorar, o atacante recebe orientações individuais e vê vídeos sobre posicionamento.
Nos bastidores, Borja é considerado tímido. O idioma é um problema superado pouco a pouco, mas os colegas mais próximos dele ainda são o compatriota Mina e o venezuelano Guerra, ex-companheiro de Atlético Nacional.
“O Borja é querido por todos e está cada vez mais em casa. A fase de adaptação dele já está acabando ele já provou que tem qualidade. Ele é bastante brincalhão com o grupo, está se soltando”, disse o zagueiro Luan.
A carreira do jogador de 24 anos se construiu em cima de ciclos semestrais marcantes. Até o começo de 2016, por exemplo, Borja era um atacante de carreira irregular. Nos primeiros seis meses do ano passado, porém, se destacou pelo modesto Cortuluá e foi o artilheiro do Campeonato Colombiano.
O feito notável para quem jogava em time pequeno chamou a atenção do Atlético Nacional, para onde o atacante se mudou em julho. Nos quatro primeiros jogos, todos pela Libertadores, ele fez cinco gols, foi campeão e passou a se firmar nas convocações da seleção do país, inclusive para a disputa da Olimpíada.
A ascensão meteórica fez o time de Medellín receber propostas do exterior pelo atacante. O Palmeiras precisou vencer a concorrência de clubes chineses para conseguir em fevereiro fechar com Borja. Desde então, o atacante passou seis meses no Brasil sem conseguir repetir os semestres que alavancaram a sua carreira em 2016.
No Palmeiras todos afirmam apoiar e ter a paciência para que Borja evolua. No momento, pelo clube brasileiro ele tem mais jogos e menos gols do que teve em seis meses tanto pelo Cortulá como pelo Nacional.