A decisão do presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, de anunciar a construção do estádio alvinegro até o dia 10 de setembro, revelada nesta sexta-feira em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, agitou o Parque São Jorge.
Para o presidente do Conselho Deliberativo (CD), Carlos Senger, Sanchez pode ter sido precipitado. “Sabe como são as coisas no Corinthians, tudo é feito na base da empolgação. Falta um pouco de razão para as pessoas”, observou o conselheiro. “Mas vamos convocar uma reunião antes do final do mês para analisar o assunto (estádio) que é importante para a história do clube”.
Senger não disfarçou a sua insatisfação em relação ao tom do discurso de Sanchez. De acordo com o presidente corintiano, cabe à diretoria definir o projeto que será anunciado no mês do centenário. “Não é bem assim. Nós temos de ter bom senso para buscar a harmonia”, afirmou o representante do CD. “O artigo 140 do nosso estatuto trata especificamente do estádio e mostra que o Conselho é parte do processo de definição”.
O texto do artigo em questão diz o seguinte: “Será construído um estádio compatível com a tradição e a grandeza do Corinthians, devendo o assunto ser de deliberação especial do CD”.
DÚVIDAS – Senger defende que a presidência do clube esclareça alguns aspectos do projeto de Itaquera (o preferido de Sanchez) antes de confirmá-lo como escolhido. “Como o BNDES vai emprestar dinheiro para o Corinthians?”, questionou, referindo-se à dívida que o clube administra. “É preciso esclarecer isso melhor. E o próprio Andrés pediu para que fizéssemos uma reunião para ele explicar pessoalmente os detalhes”.
Apesar de não compartilhar do entusiasmo da diretoria, Senger garantiu que o Conselho não vai criar empecilhos. “Estamos aqui para ajudar e pensar no que for melhor para o Corinthians”, afirmou. “E se o melhor for o projeto de Itaquera, vamos apoiá-lo e torcer para que tudo dê certo”.
JUSTIÇA – O Ministério Público Estadual recorreu da sentença que condenou o ex-presidente Alberto Dualib e outras quatro pessoas por estelionato contra o clube. O promotor José Mário Barbutto não concorda com a absolvição dos cinco réus da acusação de formação de quadrilha. Dualib foi condenado a três anos e quatro meses de reclusão, em regime aberto, mas a pena foi convertida em prestação de serviços à comunidade. Ele ainda terá de pagar 80 salários mínimos ao Corinthians.