Antônio Lopes é o protótipo do técnico conservador. Sempre que possível, ele usa o tempo dos treinos para aperfeiçoar os chamados fundamentos – chute, cabeceio, e principalmente o passe. Para o treinador do Coritiba, o passe é tão importante no futebol que pode ser definido através de seu aproveitamento a qualidade (ou a falta dela) de um time. Por isso, os jogadores treinam e treinam.
Ao mesmo tempo que é o fundamento mais prosaico do futebol, o passe é também o mais relegado. Nas últimas partidas do Campeonato Brasileiro, o total de erros aproximou-se, na média, de cem. Um número que assusta, e no qual o Coritiba também fez sua ?parte?. Contra a Ponte Preta, as falhas aconteciam principalmente no meio-de-campo e no ataque – como os seis jogadores que estavam em campo jamais haviam jogado juntos, pode se alegar a falta de entrosamento como fator complicador.
Mas Antônio Lopes quer mais. “A gente precisa acertar, porque o passe é o fundamento mais importante do futebol. Muita gente acha que é o chute, porque dele saem os gols. Mas sem o passe, que faz a bola chegar na frente, nada acontece. Se não acertarmos, não chegaremos nunca no ataque”, teoriza o treinador coxa.
Lopes usa também a matemática para avaliar a eficiência da equipe. “Na leitura dos números da partida, a gente pode ter a marca exata do acerto do time. E quem tiver erro de passe acima de 10% não tem uma equipe de qualidade”, resume o técnico, que garante que o Coxa está abaixo desse ?pico? de falhas.
Nos últimos treinos, viu-se o apuro dos jogadores em acertar os passes, mas ao mesmo tempo ainda aparecem os erros nos lançamentos, que podem ser decisivos na partida de sábado, às 18h, contra o Atlético-MG, no Couto Pereira. “O importante é que nós estamos trabalhando sempre, e que com isso estamos crescendo tecnicamente”, finaliza Antônio Lopes.
Coritiba mais forte para receber o Atlético Mineiro
O Coritiba de amanhã terá mais ?cara? de Coritiba. O técnico Antônio Lopes confirmou o time que enfrenta o Atlético-MG, com os retornos assegurados de Adriano, Luís Mário e Tuta.
Com eles, aumenta a capacidade ofensiva do time, e recupera-se a alegria de três jogadores, que andavam loucos para voltar a jogar.
Para eles, até mesmo simples treinos técnicos serviam. “Eu contei os minutos para o treino de terça pela manhã, que era com bola. Foram duas semanas de departamento médico, e a gente fica com muita saudade”, admite Luís Mário, recuperado das dores musculares na coxa. “Cheguei a conversar com o Adriano, que está mais tempo fora (três semanas), e ele também estava assim”, completa.
O “Papa-léguas” chega a confessar que não sabe como vai fazer quando parar de jogar. “Eu fico com tanta vontade de estar em campo que não imagino como vai ser a minha vida daqui a alguns anos”, afirma o atacante coxa. Ao lado dele estará Tuta, que também ficou fora por duas semanas. “A gente tem uma melhora muito grande no setor, até por causa do entrosamento”, diz Antônio Lopes.
E também ganha opções ofensivas pelas duas laterais. Na direita, Jucemar e Luís Carlos Capixaba voltam a contar com a velocidade de Luís Mário. “A gente se entendeu, e já sabe onde cada um vai estar”, resume o “Papa-léguas”. Na esquerda, Adriano volta a ser o jogador mais importante do time, como foi até a final do Paranaense (18/04), quando jogou pela última vez.
Com isso, o Cori volta a ter as opções ofensivas que foram fundamentais na conquista do título estadual. “É claro que há uma expectativa muito grande. Mas nosso interesse é conseguir um grande resultado”, comenta Adriano. O time está escalado com Fernando; Jucemar, Danilo, Miranda e Adriano; Ataliba, Márcio Egídio, Luís Carlos Capixaba e Igor; Luís Mário e Tuta.