O técnico Antônio Lopes é, talvez, o mais otimista entre todos no Atlético. Com a calculadora em mãos, ele não se cansa de mostrar que o time vai escapar do rebaixamento. Afinal, já conseguiu isso antes no Furacão. Porém, este ano, o Delegado carrega um fardo pesado.
Além de ter de livrar o Furacão, ele já está maculado por participado da campanha do rebaixado América-MG. No começo do Brasileirão, ele trabalhou 28 dias no time mineiro e comandou a equipe em 4 jogos. Os dois empates e as duas derrotas contribuíram para ajudar o Coelho a cair.
No ano passado, Lopes também recebeu a mesma missão e sucumbiu com o Vitória. Em 2008, o Delegado experimentou, indiretamente, outra campanha amarga. Foi o ano em que o Vasco caiu para a Série B. O treinador começou comandando o time cruzmaltino no Brasileirão, mas deixou o clube ainda no primeiro turno. Depois, a equipe degringolou e acabou rebaixada.
Mas Antônio Lopes está longe de achar que isso possa refletir na campanha do Atlético para escapar da ZR, assim como acredita que não ficará marcado como um técnico “chama rebaixamento”. Até porque, ele prefere valorizar as conquistas. “Eu aceitei estes compromissos com todo mundo nesta situação [de rebaixamento], como foram nas duas vezes anteriores com o Atlético”, relembra o Delegado, que completa: “Não atrapalha [a carreira] porque todo mundo sabe quem eu sou, sabe da minha competência, minha maneira de trabalhar”.
Já assumindo o apelido de “bombeiro”, Lopes se apega também ao seu histórico dentro do Furacão, onde conseguiu cumprir o objetivo de manter o time na Série A em 2009. Otimista mais uma vez, ele não quer saber de comparações com Vitória e América-MG, onde o caminho foi inverso. “O América nem se fala, porque trabalhei 28 dias lá. E o Vitória, ano passado, entrei como bombeiro, para tentar salvar, como ajudei o Atlético nas outras duas vezes, e agora aqui é a mesma coisa”, disse.
Lopes não quer ser culpado pelo momento que o Furacão está vivendo, por ter sido contratado para tentar consertar o que já estava errado. “Vim como bombeiro para apagar o incêndio que já tinha acontecido”, frisou o Delegado. O treinador tem dados suficientes para fazer sua defesa. A campanha é apenas reflexo do planejamento falho desta temporada. Só no Brasileirão, o Atlético teve três treinadores.