Orlando Kissner
Ex-presidente da Comissão de Arbitragem apresentou extrato de conta suspeita de fomentar esquema.

O ex-vice da Comissão de Arbitragem, Antônio Carvalho, apresentou ontem à presidência da Federação Paranaense de Futebol o extrato bancário da conta suspeita de fomentar o esquema do apito. A movimentação que consta na defesa é referente apenas ao ano de 2005.

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Carvalho sustenta que o auditor Octacilio Sacerdote Filho, que investiga o caso, enganou-se ao afirmar à Tribuna que havia movimentação nos meses de agosto e setembro. ?Os documentos que apresentei mostram que a conta foi encerrada em abril. Os registros de agosto e setembro referem-se a 2004?, disse ele. Os papéis, sem assinatura, apontam o dia 29 de abril como último dia de movimentação da conta.

Os extratos anteriores a janeiro de 2005 só vão ser remetidos pelo Banco Itaú daqui a 30 ou 40 dias, segundo o vice de Valdir de Souza. Carvalho trouxe ainda outro extrato, supostamente mais completo, referente ao mesmo período (janeiro a abril de 2005). Mas o documento continha um erro e será refeito a pedido do investigado.

Carvalho também justificou o fato de a conta estar ativa até a última quinta-feira. Segundo ele, o pedido para encerrá-la foi protocolado em abril, mas os procedimentos bancários a mantiveram aberta por mais cinco meses. Coincidentemente, segundo ele, o fechamento definitivo ocorreu em 15 de setembro – um dia antes de a Tribuna denunciar que a conta era investigada pelo TJD.

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FPF estuda mudança no comando do apito

A avalanche de denúncias de corrupção fizeram a Federação Paranaense de Futebol pensar em mudanças estruturais no comando do apito. Depois de propor a formação de uma comissão com cinco membros, o presidente Onaireves Moura agora sugere a profissionalização da chefia da arbitragem.

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No arbitral do Estadual-06, que acontece na semana que vem, Moura irá propor a criação do escalador de árbitros remunerado. Uma das justificativas é a escassez de pessoas habilitadas e dispostas a largar seus afazeres para dar expediente na FPF. Ele cita o exemplo de Nelson Lemkhul, segundo ele um dos melhores diretores de árbitros que já passou da FPF. ?Os árbitros sugerem que ex-apitadores assumam a função. Mas como o Lemkhul, por exemplo, deixaria a loja no Centro que é seu ganha-pão??, indaga.

Apoio

O presidente da FPF vai apoiar a intenção do presidente do TJD, Bortolo Escorsim, de levar o ?caso Bruxo? à Promotoria de Investigação Criminal (PIC). Moura disse que também se dispõe a abrir seus sigilos bancário e telefônico. ?Entendo que todos os citados devem tomar o mesmo procedimento. Não podemos obrigar ninguém a revelar suas contas, mas o Ministério Público tem esse poder?, disse.

Moura revelou ainda ter recebido um telefonema do diretor da Comissão Nacional de Arbitragem, Armando Marques, que questionava sobre as denúncias de Roman. O chefe da FPF confirmou que os citados serão afastados das escalas até o fim das investigações.