Mais um caso de doping promete causar muita polêmica no futebol brasileiro. Após o atacante Dodô, do Botafogo, agora é o zagueiro e lateral Marcão, do Internacional, quem foi flagrado pelo uso de uma substância proibida. O ex-ídolo do Atlético pode pegar uma pena que varia de 120 a 360 dias de suspensão.
O exame das amostras de urina de Marcão colhidas após o jogo contra o Juventude, no dia 24 de julho, deu positivo para a carboxi-finasterida.
?Conforme informação obtida do atleta, a substância apurada resulta da ingestão de medicamento de uso contínuo destinado ao tratamento da queda de cabelos?, afirma o presidente do Inter, Vitório Píffero.
A diretoria do Inter partiu imediatamente em defesa do atleta.
?Está claro que não houve a menor intenção do jogador se beneficiar em campo. Trata-se de uma substância que não é dopante e que entrou há pouco tempo no grupo das proibidas. Vem de um medicamento que, segundo ele nos contou, toma há cinco anos, e só agora acusou no antidoping?, disse Píffero, em entrevista coletiva no Beira-Rio.
Disfarce
A finasterida consta da lista de substâncias proibidas da Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês) desde 2004. Ela é o princípio ativo do remédio Propecia, que teria sido usado por Marcão para o tratamento contra a calvície.
Na lista da Wada, adotada pela CBF, a finasterida está incluída entre os ?agentes mascarantes?, substâncias que podem ser usadas para disfarçar a ingestão de outras drogas, como a nandrolona, um anabolizante. Quando proibiu a finasterida, a Wada ponderou que a própria calvície pode ser um sintoma do uso de anabolizantes.
Blindagem
Após a divulgação do caso, o Inter rapidamente isolou o atleta, que foi suspenso preventivamente e não enfrenta o Botafogo, amanhã, no Rio. Segundo o clube, ele já viajou para Curitiba, onde tem residência. A Tribuna tentou entrar em contato com Marcão, mas ele foi proibido pela diretoria colorada de dar entrevistas.
O julgamento do antigo ?Deus da Raça? está marcado para a próxima quarta-feira, no STJD.
