O futuro do GP do Brasil de Fórmula 1 ficará em modo de espera nos próximos meses. Com contrato até 2020, a organização da corrida brasileira vai aguardar pelas eleições presidenciais do próximo ano para dar início às negociações visando a permanência da prova em São Paulo pela próxima década.

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Em entrevista ao Estado, o promotor do GP, Tamas Rohonyi, afirmou que a renovação do contrato vai depender de uma “decisão política”. “Um evento deste tamanho, como a Fórmula 1, uma Copa do Mundo ou os Jogos Olímpicos, seja aqui ou na China, dependem essencialmente de decisões políticas, e não esportivas ou econômicas. Apenas políticas”, ressaltou. “Não é algo simples, tem até tramitações internacionais.”

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Mas, na sua avaliação, o panorama político da cidade e do país estão indefinidos. A possível saída de João Doria da prefeitura, para se candidatar a outro cargo, e a disputa presidencial contribuem para a indefinição política que afetaria diretamente o futuro do GP.

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“Falta para nós neste momento uma decisão um pouquinho mais clara sobre quais são as forças políticas de 2018 que podem interferir de uma forma ou de outra [no futuro do GP]. O Doria vai ficar na prefeitura? Vai ser candidato? Quem vai ser o novo presidente?”, questionou Rohonyi.

Por conta destas perguntas, ele acredita que o melhor momento para iniciar a negociação é após as eleições, marcadas para outubro do próximo ano. “Acho que o momento certo para tomar uma decisão é depois das eleições presidenciais, para sabermos para qual lado as coisas vão e, principalmente, para saber como o país estará economicamente.”

As eleições já prejudicam a programação natural do processo de renovação do GP. Geralmente, as discussões se iniciam a dois anos do fim do contrato. Mas o processo de privatização do Autódromo de Interlagos impede o começo das conversas porque a organização da corrida brasileira não sabe quem será o novo dono do local. Pela previsão inicial do prefeito, o circuito seria leilado até abril. Mas questões na Justiça, como a liminar anunciada na semana passada, podem adiar a venda.

Por essa razão, o promotor do GP admite que há possibilidade de levar a corrida para fora de São Paulo. “Temos dois ou três planos de contingência. O prefeito nos disse que devemos ficar aqui e eu respondi: só vamos ir para outro lugar se o senhor nos expulsar de São Paulo”, declarou. “Infelizmente, é uma situação que segue indefinida.”

As possibilidades são Florianópolis, Brasília, Rio de Janeiro e Salvador, com mais chances para as duas primeiras. Mas Rohonyi pondera que uma decisão política também pode pesar na definição sobre o plano B. “Se amanhã um presidente dizer que quer o GP em Brasília, pronto, está feito”, afirmou.