Foto: Valquir Aureliano/Tribuna |
Angelo está na expectativa continua após a publicidade |
Quem o observa no dia-a-dia não diz que ele chegou ao clube há um mês. Angelo, 22 anos, está plenamente entrosado com o elenco, assim como Felipe Alves e Batista, outras revelações da Adap e que já conquistaram espaço entre os titulares do Paraná Clube. Mais do que ninguém, ele vive a expectativa do jogo de amanhã, onde contará com uma ?torcida particular?. Seu pai fretou dois ônibus para levar familiares e amigos do jogador até a cidade de Maringá, engrossando a torcida tricolor num jogo que promete ser tenso.
?Se tivermos 24 mil pessoas no estádio, sei que pelo menos cem estarão torcendo e muito pelo Paraná?, brincou Angelo. Os fãs do lateral seguem de Piquirivaí, cidade localizada a 17km de Campo Mourão. ?Sei que eles estão se organizando, com faixas e bandeiras para engrossar a torcida do Paraná, que também vai marcar presença no estádio?, disse o ala paranista. Com um estilo de jogo ofensivo, ele é peça importante para garantir volume de jogo pelo flanco direito. ?O Caio dá liberdade para mim e para o Edinho. Até porque, os nossos meias fazem a gente jogar?, comentou.
No último jogo, Angelo foi o jogador que mais tocou na bola, segundo scout da comissão técnica tricolor.
?É importante estar em forma para suportar o ritmo. Acionado com freqüência, preciso chegar à frente em condições de completar a jogada, mas com pernas para recompor a defesa?, disse. O desgaste dos últimos jogos fez a comissão técnica poupar Angelo de parte do coletivo de quinta-feira (quando deu lugar a Parral), mas ele está confirmado no time que busca a reabilitação no Brasileirão.
?Precisamos aliar boa atuação a vitórias. Não adianta jogar bem e não somar pontos?, afirmou. Angelo, que também vem aprimorando cobranças de faltas, espera ?desencantar? no jogo de amanhã. ?Fiz um gol contra o Grêmio, mas com a bola rolando. Tá na hora de marcar um golzinho de falta.? No Maracanã, Angelo cobrou uma infração com precisão, mas o goleiro Fernando Henrique foi buscar no canto esquerdo.
?Vi aquela bola lá dentro.
Mas, se conseguir marcar frente ao Corinthians, com a minha família no estádio, será inesquecível?, finalizou.
Caio quer time ajustado pra sufocar o Corinthians
A contusão do atacante Zumbi – vetado pelo departamento médico – só carimbou a escalação do Paraná Clube para o jogo de amanhã, às 18h10, frente ao Corinthians, em Maringá. O técnico Caio Júnior, assim, oficializou a volta de Maicosuel ao time. Como a presença do goleiro Flávio é dada como certa pela comissão técnica, o Tricolor está escalado para um duelo que vale reabilitação no Campeonato Brasileiro. Com quatro pontos em quatro jogos, o representante paranaense busca a vitória em ?terreno inimigo?.
O apoio da torcida local e a crise do adversário são deixados de lado pelos jogadores paranistas. ?Estamos com a cabeça no nosso time. Mobilizados para fazer um grande jogo?, disse o zagueiro Edmilson. ?Respeitamos o adversário e vamos marcar forte. Mas, temos que nos impor.? O zagueiro ainda corre atrás de seu primeiro gol. Com um chute muito forte, traz em seu currículo muitos gols de falta, mas no Paraná ainda não conseguiu ?calibrar? a pontaria. ?Na hora certa o gol vem?, afirma Edmilson, com tranqüilidade.
No treinamento tático de ontem, pela manhã, Caio Júnior procurou apenas ajustar o posicionamento do time, que tem como maior desafio suplantar a ausência de um atacante de área. ?O Maicosuel e o Cristiano vão ter que suprir essa carência momentânea do nosso elenco?, explicou Caio Júnior. Com Leonardo, Jeff, Henrique e Zumbi lesionados, restou ao treinador a efetivação de Cristiano na função de comandante do ataque, apostando na volta de Maicosuel para dar velocidade ao time. No banco de reservas, a única opção ofensiva será Vandinho, que nas duas últimas partidas sequer foi relacionado.
?Ele fez um treino muito bom na quinta-feira. Preciso recuperar esse garoto e por isso estou dando todo o apoio possível?, disse Caio Júnior. Se o comportamento ofensivo do time gera dúvidas, a segurança defensiva dá a sustentação ao grupo. Ainda mais com a presença de Flávio. O goleiro prefere só confirmar escalação após o trabalho desta manhã. Mas, pelo que fez no treino de ontem, o Pantera estará em campo. ?É melhor esperar até o último momento, mas treinei normalmente, sem receio. Acredito que não vai haver problema, não?, disse Flávio.
Não havendo imprevistos, o Paraná Clube entra em campo, amanhã, no Willie Davids, com Flávio; Gustavo, Émerson e Edmilson; Angelo, Felipe Alves, Beto, Batista e Edinho; Maicosuel e Cristiano. Formação que permite ao treinador variar do 3-5-2 para o 3-6-1, dependendo do andamento da partida. ?O time está bem encaixado. A estratégia é marcar forte, mas no campo adversário?, disse Caio Júnior. Essa mesma postura foi aplicada com relativo sucesso nas três últimas partidas do Tricolor neste Brasileirão.
Clima péssimo entre jogadores e treinador corintiano
Maringá – O Corinthians mudou de cidade, saiu de Curitiba e está em Maringá só que o clima continua péssimo. Marcelinho Carioca foi mandado para São Paulo pelo técnico Ademar Braga por não ter condições físicas e técnicas de jogar contra o Paraná Clube amanhã em Maringá.
Com Betão e Coelho foi pior. Ademar considerou que, por deficiência técnica, os dois não têm condições
de ficar nem entre os reservas e também os mandou de volta – os demais jogadores se mostraram chocados com a decisão de afastar os defensores. Para completar, Marcelo Mattos admitiu ter brigado com Carlos Alberto no treino escondido de quinta-feira, em Curitiba.
?Não tem essa história de fazer festa para o Marcelinho Carioca estrear em São Paulo. Faltam todas as condições para ele poder jogar futebol: físicas e técnicas. Ele tem 35 anos e está há cinco meses e 11 dias sem entrar em campo. Foi embora porque não dá nem para ficar no banco?, disse Ademar.
A assessoria de imprensa do Corinthians escondeu que Marcelinho, Betão e Coelho estivessem dispensados. Só revelou quando havia a certeza de que eles estariam longe dos jornalistas que estão no Paraná. O medo era que novas declarações contra Ademar – que faz sua última partida antes que Geninho assuma -perturbassem ainda mais o ambiente.
Ninguém se importou com a dispensa de Marcelinho, mas houve constrangimento com a volta de Betão e Coelho. Os demais jogadores ficaram revoltados. A impressão foi que os dois foram responsabilizados pelas últimas derrotas. ?O Betão ou o Coelho são meus companheiros de quarto. Sei que eles não podem ser responsabilizados pelas derrotas, pelos gols que o time toma. Não vou concordar com isso nunca. Os culpados são os 30 jogadores. Mas quem decide quem fica no grupo é o técnico. Pergunte a ele qual a razão de afastá-los?, desabafava Sebá.
?Eu os tirei porque estão sem condições técnicas. A opção de escolher o time é minha e acabou?, disse Ademar.
Quanto a Marcelo Mattos, embora orientado pela assessoria de imprensa para amenizar a situação, o volante contou a briga com Carlos Alberto. ?Eu dei uma entrada dura nele, houve discussão e eu joguei a bola nele (que acertou o rosto). Estamos em um momento delicado e com os nervos à flor da pele. Não era para ser, mas brigas estão ficando comuns no Corinthians?, disse Mattos. Nenhum dos dois será multado. Carlos Alberto, suspenso, voltou a São Paulo. Assim como os goleiros reservas Marcelo e Júlio César.
O diretor da MSI, Paulo Angioni, também lembrou outro motivo para a dispensa dos atletas. ?No domingo é Dia das Mães. Já que eles não vão jogar, que fiquem com suas mães.? A delegação, com medo, continua sob forte proteção. O time está confinado no Hotel Deville, no centro de Maringá.